São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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CIÊNCIAS DA SAÚDE

Cursos de pós-graduação em cirurgia inspiram cuidados

Especialidade foi a campeã em número de descredenciados neste triênio; programas da USP estudam fusão em 2008

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Programas de pós em medicina costumam ser bem avaliados, mas foi uma área médica -medicina 3, que inclui especialidades relacionadas à prática cirúrgica- a que mais teve programas descredenciados.
Foram seis cursos, alguns de instituições renomadas, como a USP (Universidade de São Paulo), a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Segundo Francisco Sampaio, coordenador de medicina 3 na Capes, a avaliação do último triênio foi mais rigorosa -o que contribuiu para tantos descredenciamentos- mas também melhorou muitos cursos.
"Na avaliação anterior, nenhum programa recebeu conceito seis ou sete. Neste triênio, dois alcançaram excelência internacional e mais cursos receberam conceito cinco", diz.
Ainda assim, a área teve desempenho mais fraco do que as de medicina 1 e 2. "Programas de medicina 3 são mais voltados à especialização. Muitos não fazem pesquisa de ponta. Outras áreas médicas têm mais experiência com pesquisa", diz.
"A produção científica do cirurgião é menor, pois ele precisa se dedicar à prática e à assistência aos pacientes", afirma Marcus Castro Ferreira, coordenador do programa de pós-graduação em cirurgia plástica da USP, descredenciado.
Para ele, critérios deveriam levar em conta as especificidades da cirurgia. "É preciso contabilizar outros fatores, como número de horas de cirurgia."

Poucos artigos
Com pouca tradição em pesquisa sobre cirurgia, é difícil publicar artigos em periódicos importantes. "Há poucos periódicos internacionais de cirurgia plástica", diz Ferreira.
Dificuldades administrativas também entram no caminho. O coordenador do programa de clínica cirúrgica da USP, Alberto Ferraz, acredita que o tamanho de seu curso tenha atrapalhado a gestão das atividades, embora não tenha comprometido, segundo ele, a qualidade.
"Coordeno oito áreas de clínica cirúrgica. A Capes sugere que programas pequenos cresçam, mas quando ficam grandes demais, surgem dificuldades em sua administração."
Com o fraco desempenho na avaliação, os programas de cirurgia plástica e clínica cirúrgica da USP serão reformulados. "Ambos e um terceiro da área cirúrgica têm interesse em se fundir", conta Aloísio Segurado, vice-presidente da comissão de pós-graduação da Faculdade de Medicina da USP.
Com a integração, a ser concluída em 2008, a expectativa é que a produção cresça e tenha nota melhor. (ECL)


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