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CIÊNCIAS DA SAÚDE
Cursos de pós-graduação em cirurgia inspiram cuidados
Especialidade foi a campeã em número de descredenciados neste triênio; programas da USP estudam fusão em 2008
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Programas de pós em medicina costumam ser bem avaliados, mas foi uma área médica
-medicina 3, que inclui especialidades relacionadas à prática cirúrgica- a que mais teve
programas descredenciados.
Foram seis cursos, alguns de
instituições renomadas, como
a USP (Universidade de São
Paulo), a Uerj (Universidade do
Estado do Rio de Janeiro) e a
UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro).
Segundo Francisco Sampaio,
coordenador de medicina 3 na
Capes, a avaliação do último
triênio foi mais rigorosa -o que
contribuiu para tantos descredenciamentos- mas também
melhorou muitos cursos.
"Na avaliação anterior, nenhum programa recebeu conceito seis ou sete. Neste triênio,
dois alcançaram excelência internacional e mais cursos receberam conceito cinco", diz.
Ainda assim, a área teve desempenho mais fraco do que as
de medicina 1 e 2. "Programas
de medicina 3 são mais voltados à especialização. Muitos
não fazem pesquisa de ponta.
Outras áreas médicas têm mais
experiência com pesquisa", diz.
"A produção científica do cirurgião é menor, pois ele precisa se dedicar à prática e à assistência aos pacientes", afirma
Marcus Castro Ferreira, coordenador do programa de pós-graduação em cirurgia plástica
da USP, descredenciado.
Para ele, critérios deveriam
levar em conta as especificidades da cirurgia. "É preciso contabilizar outros fatores, como
número de horas de cirurgia."
Poucos artigos
Com pouca tradição em pesquisa sobre cirurgia, é difícil
publicar artigos em periódicos
importantes. "Há poucos periódicos internacionais de cirurgia plástica", diz Ferreira.
Dificuldades administrativas
também entram no caminho. O
coordenador do programa de
clínica cirúrgica da USP, Alberto Ferraz, acredita que o tamanho de seu curso tenha atrapalhado a gestão das atividades,
embora não tenha comprometido, segundo ele, a qualidade.
"Coordeno oito áreas de clínica cirúrgica. A Capes sugere
que programas pequenos cresçam, mas quando ficam grandes demais, surgem dificuldades em sua administração."
Com o fraco desempenho na
avaliação, os programas de cirurgia plástica e clínica cirúrgica da USP serão reformulados.
"Ambos e um terceiro da área
cirúrgica têm interesse em se
fundir", conta Aloísio Segurado, vice-presidente da comissão de pós-graduação da Faculdade de Medicina da USP.
Com a integração, a ser concluída em 2008, a expectativa é
que a produção cresça e tenha
nota melhor.
(ECL)
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