São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Sem 7, pós ganha mais notas 5 e 6

Nenhum curso da área recebeu o conceito máximo; pouca produção discente é considerada o ponto fraco

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar de não ter programas com o conceito máximo (sete), a área de ciências sociais aplicadas viu crescer o número de instituições que receberam avaliações cinco e seis, que indicam alto desempenho.
Representantes de área e professores atribuem a melhora ao empenho em definir linhas de pesquisa mais claras e à colaboração entre alunos e professores para desenvolverem estudos complementares.
"Temos grupos de pesquisa e o trabalho de aluno entra na lógica deles e de sua nucleação para fortalecer o coletivo", afirma o professor Adilson Citelli, coordenador do programa de comunicação da USP.
Integração interna e entre núcleos de pesquisa é ressaltada pela coordenadora da pós na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Maria Ângela Pereira Leite.
"A possibilidade de discussões simultâneas em diferentes linhas e diálogo com pessoas de outras universidades é interessante para a pesquisa", avalia.
O ponto fraco dessa grande área -apontado por avaliações anteriores- é a baixa publicação da produção de alunos.
Áreas como arquitetura, comunicação social e administração, muito ligadas ao mercado de trabalho, não têm o hábito acadêmico de divulgação em periódicos e participação em congressos das categorias.
"Não há tradição de publicação", concorda Paulo Bernardo Vaz, coordenador do curso de comunicação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), nota cinco, a mais alta atribuída a esse campo.
Mas o trabalho de orientação e acompanhamento da Capes surtiu alguns resultados: a atualização de currículos e a sistematização de publicação agora são estimuladas.
A mestranda Flávia da Silva Miranda, 22, pesquisadora em comunicação pela UFMG, conta que dentro da faculdade alunos recebem incentivos para participar de congressos. "Professores estimulam o pensamento crítico, sempre visando ao aporte teórico", comenta.

De olho no mercado
Também não se pode desprezar a influência do mercado, que valoriza cada vez mais a pós "stricto sensu", aponta Renato Fragelli, coordenador do curso de economia da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas).
Ainda assim, o número de doutores titulados anualmente é reduzido se comparado à grande expansão universitária nessas áreas. Segundo Fragelli, o desnível se deve à diminuta valorização do doutorado em empresas. "Em economia, o benefício trazido pelo título de doutor não supera o custo de formação para o profissional que terá de parar sua carreira."
Dada a vocação prática das disciplinas, o mestrado profissional pode ser um filão.
Denise Barcellos, ex-representante da área de arquitetura, diz acreditar que programas desse tipo sejam importantes por aliar a pesquisa a demandas da sociedade. (CC)


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