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CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
Metade dos programas de administração é regular
A pouca idade de alguns cursos e a avaliação rigorosa são a explicação para esse resultado, segundo seus avaliadores
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Direito e administração,
campeões em número de cursos em ciências sociais aplicadas, reúnem boa quantidade de
programas com nota três.
No panorama geral, 37,3%
dos programas foram avaliados
como regulares. Em administração, essa porcentagem foi de
50%; em direito, de 37,9%.
Para os avaliadores, isso é reflexo da pouca idade dos programas e da rigorosa supervisão -mais de um quarto das
instituições teve sua primeira
avaliação neste triênio, o que
explica números relativamente
baixos quanto à publicação da
produção científica.
"A área é jovem e teve grande
crescimento nos últimos sete
anos", diagnostica o ex-representante da área de administração, Tomás Guimarães.
Em 1999, eram sete os programas de doutorado; hoje, são
23, sendo que alguns não foram
submetidos à avaliação.
Em fase de estruturação e
com apoio da Capes, alguns
criam rede de relacionamentos
para fortalecer a pesquisa.
É o caso da Universidade
Metodista de São Paulo, que
fez convênios com centros tecnológicos e profissionais. O objetivo é "não deixar o programa
isolado e criar produtos aplicáveis à realidade", diz Octávio
Próspero, responsável pelo
programa de administração.
Outra experiência é o acordo
entre instituições jovens e tradicionais, como entre o programa de administração da Uninove (Centro Universitário
Nove de Julho) e o da USP, em
que os alunos de uma podem se
inscrever em aulas da outra e
fazer intercâmbios científicos.
Proposta original
Muitos cursos novos apostam na originalidade dos temas
para linha de pesquisa. Mas, para as inéditas, o tempo de maturação do corpo docente e das
publicações pode ser longo.
O programa de pós-graduação em direito da Unisal (Centro Universitário Salesiano de
São Paulo) investiu em biodireito, ética e cidadania. Com rara bibliografia sobre o tema, a
instituição virou pioneira.
Atraído pela linha de pesquisa, Antonio José Roveroni, 42,
saiu de Tocantins para fazer
seu mestrado nesse programa.
Ele pesquisa a relação entre democracia e governança eletrônica, de olho na implantação
desse sistema em sua cidade.
Só que o programa recebeu
nota três com alerta de descredenciamento caso não se ajuste
aos critérios da Capes.
Segundo a coordenadora do
programa, Graziele Nascimento, a ampliação do corpo docente de dedicação integral é a
maior exigência da Capes.
"Existe um problema de poucos doutores em direito no Brasil, então temos dificuldade em
ampliar o corpo docente, sobretudo por se tratar de uma
universidade no interior. Fica
difícil conseguir doutor com
dedicação total."
Para o ex-representante de
direito na Capes, Jacinto Miranda Coutinho, o alto número
de cursos cuja nota foi rebaixada ou que receberam alerta sobre descredenciamento mostra
a rigidez da avaliação.
(CC)
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