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ENGENHARIAS
Aumento de nota 7 é o mais expressivo
Área é a campeã de cursos promovidos ao conceito máximo pela primeira vez; nesta avaliação, são 8 estreantes
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O incentivo ao investimento
em pesquisa em engenharia
vem aumentando no Brasil,
tanto pela iniciativa privada como pelo setor público.
"Sem engenharia forte, o país
não tem como se desenvolver",
diz o ex-coordenador da área de
engenharia 2, Cesar Santana.
A produção científica desses
pesquisadores coloca o Brasil
na 16ª posição no ranking mundial de publicação de artigos sobre engenharia -eles respondem por 1,4% da produção
mundial, com 8.776 artigos no
qüinqüênio 2001-2005, de
acordo com o ex-representante
de área das engenharias na Capes, João Fernando Oliveira.
"A avaliação serve para
orientar. A regra do jogo é saltar sempre mais alto. A comunidade de engenharia está produzindo mais, então o desempenho dos cursos está aumentando muito", avalia Oliveira.
Como resultado, 13 programas alcançaram a nota sete na
avaliação da Capes. Desses, oito
subiram neste triênio (apresentaram conceito mais alto do
que no anterior).
Só a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ficou
com quatro notas sete. Tiveram
o conceito máximo programas
de engenharia biomédica, elétrica, civil, química e mecânica.
"Fazemos avaliação interna
anual de desempenho dos docentes, cobrando desempenho
acadêmico. É como um alerta
contínuo", conta o vice-diretor
da Coppe (Coordenação dos
Programas de Pós-Graduação
de Engenharia) da UFRJ, Aquilino Senra Martinez.
O sucesso também se deve ao
grande número de empresas
que procuram a Coppe para
elaborar projetos de desenvolvimento tecnológico. "O modelo de inserção internacional
nós já atingimos. O que precisamos agora é transformar isso
em inovação, de forma que os
resultados tenham impacto na
sociedade", revela Martinez.
Novos pólos
Muitas indústrias estão se
instalando no Nordeste, e isso
contribui para que pólos de engenharia não fiquem restritos
ao Sudeste e ao Centro-Oeste.
Algumas universidades se
destacam fora desse eixo. Entre
elas, a UFRN (Universidade
Federal do Rio Grande do Norte). De sete programas de pós
em engenharia, um teve conceito seis, um teve nota cinco,
quatro levaram quatro e um ficou com três. "Atividades de
pesquisa passaram a ter prioridade", diz a pró-reitora de pós-graduação, Edna da Silva.
Para isso foi preciso investir
na melhoria da infra-estrutura
dos laboratórios, na qualificação do corpo docente e na busca por recursos de fomento.
Natural de Natal (RN), o engenheiro químico Ivanildo José da Silva Junior, 33, escolheu
o programa de mesma área na
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para fazer
mestrado e doutorado.
"Busquei na avaliação da Capes quais eram as escolas que
tinham os conceitos mais altos", lembra Junior, que está
agora na UFC (Universidade
Federal do Ceará), integrando
o corpo docente pelo programa
DCR (Desenvolvimento Científico Regional).
Satisfeito com a escolha, ele
brinca dizendo que o único
ponto negativo do curso foi tê-lo feito ficar longe da praia.
"O fato de estar em um centro de referência com laboratórios equipados e bibliotecas
com grande acervo de livros e
periódicos foi fundamental",
aponta Junior.
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