São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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ENGENHARIAS

Aumento de nota 7 é o mais expressivo

Área é a campeã de cursos promovidos ao conceito máximo pela primeira vez; nesta avaliação, são 8 estreantes

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O incentivo ao investimento em pesquisa em engenharia vem aumentando no Brasil, tanto pela iniciativa privada como pelo setor público.
"Sem engenharia forte, o país não tem como se desenvolver", diz o ex-coordenador da área de engenharia 2, Cesar Santana.
A produção científica desses pesquisadores coloca o Brasil na 16ª posição no ranking mundial de publicação de artigos sobre engenharia -eles respondem por 1,4% da produção mundial, com 8.776 artigos no qüinqüênio 2001-2005, de acordo com o ex-representante de área das engenharias na Capes, João Fernando Oliveira.
"A avaliação serve para orientar. A regra do jogo é saltar sempre mais alto. A comunidade de engenharia está produzindo mais, então o desempenho dos cursos está aumentando muito", avalia Oliveira.
Como resultado, 13 programas alcançaram a nota sete na avaliação da Capes. Desses, oito subiram neste triênio (apresentaram conceito mais alto do que no anterior).
Só a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ficou com quatro notas sete. Tiveram o conceito máximo programas de engenharia biomédica, elétrica, civil, química e mecânica.
"Fazemos avaliação interna anual de desempenho dos docentes, cobrando desempenho acadêmico. É como um alerta contínuo", conta o vice-diretor da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia) da UFRJ, Aquilino Senra Martinez.
O sucesso também se deve ao grande número de empresas que procuram a Coppe para elaborar projetos de desenvolvimento tecnológico. "O modelo de inserção internacional nós já atingimos. O que precisamos agora é transformar isso em inovação, de forma que os resultados tenham impacto na sociedade", revela Martinez.

Novos pólos
Muitas indústrias estão se instalando no Nordeste, e isso contribui para que pólos de engenharia não fiquem restritos ao Sudeste e ao Centro-Oeste.
Algumas universidades se destacam fora desse eixo. Entre elas, a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). De sete programas de pós em engenharia, um teve conceito seis, um teve nota cinco, quatro levaram quatro e um ficou com três. "Atividades de pesquisa passaram a ter prioridade", diz a pró-reitora de pós-graduação, Edna da Silva.
Para isso foi preciso investir na melhoria da infra-estrutura dos laboratórios, na qualificação do corpo docente e na busca por recursos de fomento.
Natural de Natal (RN), o engenheiro químico Ivanildo José da Silva Junior, 33, escolheu o programa de mesma área na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para fazer mestrado e doutorado.
"Busquei na avaliação da Capes quais eram as escolas que tinham os conceitos mais altos", lembra Junior, que está agora na UFC (Universidade Federal do Ceará), integrando o corpo docente pelo programa DCR (Desenvolvimento Científico Regional).
Satisfeito com a escolha, ele brinca dizendo que o único ponto negativo do curso foi tê-lo feito ficar longe da praia.
"O fato de estar em um centro de referência com laboratórios equipados e bibliotecas com grande acervo de livros e periódicos foi fundamental", aponta Junior.


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