São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES

Obra de arte conta ponto na avaliação

Análise de produção artística e de livro publicado passa a valer após mudanças nos critérios neste triênio

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pintou novidade na grande área de lingüística, letras e artes nesta avaliação trienal: critérios mais adequados permitem valorizar as especificidades de diferentes programas.
Usado para classificar veículos que divulgam a produção acadêmica, o Qualis de artes e música ganhou padrão para qualificar obras de arte. No de letras e lingüística, livros publicados pelos pesquisadores passam a contar pontos.
"A avaliação de livros publicados é fundamental, é espaço importante de reflexão", afirma o representante de letras e lingüística, Benjamin Abdalla.
Com 95 programas, a área de letras e lingüística tornou-se uma das maiores do país e tem crescimento significativo há dez anos. Instituições com curso bem constituído de graduação em uma área tendem a ter bons programas de pós.
É o que ocorre com o de lingüística da USP. Com 36 anos, é um dos mais tradicionais e tem estreita ligação com a graduação, de onde saem pesquisadores de iniciação científica -e futuros pós-graduandos.
Beatriz Christino, 32, concluiu seu doutorado em 2007 e conta que, em sua formação, foi fundamental participar dos Encontros dos Alunos de Pós-Graduação em Lingüística. "Professores de outras áreas podem ver e comentar nossos trabalhos", aponta.
A internacionalização -com intercâmbios e publicação em periódicos estrangeiros- nem sempre é fácil em uma área de humanidades.
Maria Silvia Betti, coordenadora do programa de pós em estudos lingüísticos e literários em inglês, lembra que, em sua área, pesquisadores às vezes concorrem com acadêmicos que pesquisam no contexto de origem -como norte-americanos que estudam literatura norte-americana.

Cursos novos
A pós em artes e música foi criada há pouco mais de duas décadas e muitos cursos são recentes, o que fez com que nenhum recebesse conceito sete. Destacam-se alguns oferecidos por instituições com tradição no setor e que foram criados há mais tempo, como o programa de música da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que recebeu nota seis.
"Formamos pesquisadores que criam centros de pós no Brasil", conta Luciana Del Ben, coordenadora do programa.
Também é o caso do programa de artes cênicas da UFBA (Universidade Federal da Bahia), que, apesar de contar apenas dez anos, é fruto de curso de graduação criado em 1956.
A qualidade do programa criou um fato raro: alguns de seus alunos provêm das regiões Sul e Sudeste, fazendo caminho contrário ao habitual.
Também foi beneficiado pela incorporação da produção artística dos pesquisadores na avaliação da Capes. Em implementação, o recurso leva em conta o local em que a obra foi exposta ou apresentada e o reconhecimento que teve. (ECL)


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