São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Tão-somente uma carta de intenções

Cara leitora, barato leitor, a partir de hoje estamos casados. Ou quase isso. É que vamos nos ver (ou ler) quase todos os dias durante cerca de um mês. Contudo, antes de começarmos o nosso intenso relacionamento, acho justo e necessário que façamos uma espécie de contrato de casamento. Sendo assim, coloco minha mão sobre a Bíblia (ou sobre uma revista Placar) e solenemente prometo:
a) acordar cedo, a não ser, é claro, em dias de jogos como um Irlanda x Arábia Saudita, já que ninguém é de ferro e o sono é importante para pessoas da minha provecta idade;
b) ser rigorosamente imparcial, a não ser, é claro, nos dias de jogo do Brasil;
c) ter paciência com a seleção, a não ser, é claro, nas partidas em que o Felipão se mostre muito medroso;
d) escrever, eu mesmo, os meus textos, a não ser, é claro, quando não tiver nenhuma idéia. Nestes dias serei substituído por meu sobrinho Leocádio, pelo grande Zé Cabala ou por um outro qualquer;
e) colocar a exatidão acima de tudo, a não ser, é claro, nos casos em que a imaginação se mostrar mais interessante. As Copas, reconheçamos, têm muito mais a ver com as lendas do que com a verdade.
Enfim, espero que tenhamos um casamento muito feliz e que todos os dias, ao tomar o seu café da manhã, você não olhe para esta coluna e diga com ares de cônjuge: "Meu Deus, você de novo!".

E-mail:
torero@uol.com.br

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