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Música
O Brasil do forró!
GÊNERO É O PREFERIDO DE UM QUARTO DOS JOVENS
[Por Cristina Moreno de Castro, Colaboração para a Folha]
Imagens de sumidades do
forró, como Dominguinhos e
Luiz Gonzaga, preenchem a
parede sem reboco. No teto,
bandeirinhas de São João. São
23h40 e a noite numa tradicional
casa de forró no largo
da Batata, em Pinheiros apenas
começa. Morna, mas vai
esquentar.
Só 15 casais dançam o chamado
forró pé-de-serra na
pista principal. Alguns jovens
bebem a xiboquinha -aperitivo
tradicional, com gengibre,
pinga, limão e especiarias.
Ana Cláudia Serrano, 20, é
uma das forrozeiras à espera
de um par. Ela está vestida a
caráter: sandálias rasteirinhas,
vestido leve, cabelo meio preso.
Além de fazer aulas de dança,
vai aos bailes duas vezes por
semana. A "turma do forró"
não gera ciúmes no namorado
roqueiro, que prefere não ir.
A espera de Ana dura menos
de cinco minutos: ela é tirada
para dançar num ritual sem
complicações. Geralmente, é
só na pista que descobrem o
nome um do outro -quando
descobrem. Se um dos dois
não dança bem, é abandonado
sem muita cerimônia: beijo na
bochecha, obrigado, tchau.
À 0h15, é anunciada a primeira
banda. A pista não demora
a encher: mesmo em
noite de dois jogos importantes
de futebol, cerca de 250
vestidos, saiões e calças se esbarram,
dançando.
É um consenso entre os forrozeiros
que o maior objetivo
ali é a dança. Mas e as paqueras?
Contidas: só à 0h30 deu
para fl agrar um beijo na pista.
À 1h20, a atração da noite: o
pernambucano Trio Virgulino
toca xote, xaxado, baião e outras
variáveis do forró.
Às 3h, quando a festa acabou,
a noite era fria lá fora.
Mas, na casa do forró, todos
os sete ventiladores continuavam
ligados.
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