São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Música

O Brasil do forró!

GÊNERO É O PREFERIDO DE UM QUARTO DOS JOVENS

[Por Cristina Moreno de Castro, Colaboração para a Folha]

Imagens de sumidades do forró, como Dominguinhos e Luiz Gonzaga, preenchem a parede sem reboco. No teto, bandeirinhas de São João. São 23h40 e a noite numa tradicional casa de forró no largo da Batata, em Pinheiros apenas começa. Morna, mas vai esquentar.
Só 15 casais dançam o chamado forró pé-de-serra na pista principal. Alguns jovens bebem a xiboquinha -aperitivo tradicional, com gengibre, pinga, limão e especiarias.
Ana Cláudia Serrano, 20, é uma das forrozeiras à espera de um par. Ela está vestida a caráter: sandálias rasteirinhas, vestido leve, cabelo meio preso. Além de fazer aulas de dança, vai aos bailes duas vezes por semana. A "turma do forró" não gera ciúmes no namorado roqueiro, que prefere não ir.
A espera de Ana dura menos de cinco minutos: ela é tirada para dançar num ritual sem complicações. Geralmente, é só na pista que descobrem o nome um do outro -quando descobrem. Se um dos dois não dança bem, é abandonado sem muita cerimônia: beijo na bochecha, obrigado, tchau.
À 0h15, é anunciada a primeira banda. A pista não demora a encher: mesmo em noite de dois jogos importantes de futebol, cerca de 250 vestidos, saiões e calças se esbarram, dançando.
É um consenso entre os forrozeiros que o maior objetivo ali é a dança. Mas e as paqueras? Contidas: só à 0h30 deu para fl agrar um beijo na pista. À 1h20, a atração da noite: o pernambucano Trio Virgulino toca xote, xaxado, baião e outras variáveis do forró.
Às 3h, quando a festa acabou, a noite era fria lá fora. Mas, na casa do forró, todos os sete ventiladores continuavam ligados.


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