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NIILISMO: MODOS DE USAR
Plinio Sampaio, Paulo Arantes e Chico de Oliveira assinam manifesto
Esquerda intelectual prega voto nulo
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de intelectuais e
políticos de São Paulo, filiados
ao PT ou ex-petistas históricos,
acabam de lançar um "manifesto pelo voto crítico" em que propõem o voto nulo -opção majoritária-, mas abrem espaço
para o voto "em uma candidatura que faça a crítica pela esquerda à administração Marta".
Sob o título "Impasse da Esquerda na Cidade de São Paulo", o documento diz que nenhum candidato questiona "a
lógica perversa da especulação
imobiliária", o clientelismo ou
"uma hierarquia de prioridades
que privilegia sistematicamente
as necessidades dos ricos".
O manifesto foi idealizado e é
assinado por um grupo que reúne o economista Plínio de Arruda Sampaio Jr. -que disputou
com a prefeita Marta Suplicy as
prévias para a candidatura do
PT em São Paulo-, o filósofo
Paulo Arantes, o sociólogo
Francisco de Oliveira e o ex-metalúrgico e membro da coordenação da Pastoral Operária de
São Paulo Waldemar Rossi.
Interlocutor simultaneamente
respeitado pelo governo Lula e
pelos movimentos sociais, o ex-deputado constituinte pelo PT
Plinio de Arruda Sampaio também assinou o manifesto.
E há lá ainda outros intelectuais, como a economista Leda
Paulani (USP) -que chegou a
participar da administração
Marta, integrando a equipe do
ex-secretário de Finanças João
Sayad- e o sociólogo Ricardo
Antunes (Unicamp).
Sampaio Jr. disse ter recebido
vários gestos de apoio no final
de semana, mas diz não pretender "recolher assinaturas".
O objetivo é provocar o debate
sobre o impasse da esquerda, e
não só em São Paulo. "O sentimento de frustração de velhos
petistas é generalizado" , diz.
O sociólogo Chico de Oliveira
explica sua opção pelo voto nulo, igualando a candidata petista
e o tucano José Serra, que polarizam a disputa. "Não há disputa de sentido nenhuma, para
não dizer disputa ideológica,
porque isso já seria pedir demais. Há uma disputa eleitoral,
que é só uma técnica de repartição do poder", ele diz.
"Não se pode dizer que um
[Serra ou Marta] é melhor que o
outro. São equivalentes, do ponto de vista político."
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