São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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NIILISMO: MODOS DE USAR

Plinio Sampaio, Paulo Arantes e Chico de Oliveira assinam manifesto

Esquerda intelectual prega voto nulo

RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de intelectuais e políticos de São Paulo, filiados ao PT ou ex-petistas históricos, acabam de lançar um "manifesto pelo voto crítico" em que propõem o voto nulo -opção majoritária-, mas abrem espaço para o voto "em uma candidatura que faça a crítica pela esquerda à administração Marta".
Sob o título "Impasse da Esquerda na Cidade de São Paulo", o documento diz que nenhum candidato questiona "a lógica perversa da especulação imobiliária", o clientelismo ou "uma hierarquia de prioridades que privilegia sistematicamente as necessidades dos ricos".
O manifesto foi idealizado e é assinado por um grupo que reúne o economista Plínio de Arruda Sampaio Jr. -que disputou com a prefeita Marta Suplicy as prévias para a candidatura do PT em São Paulo-, o filósofo Paulo Arantes, o sociólogo Francisco de Oliveira e o ex-metalúrgico e membro da coordenação da Pastoral Operária de São Paulo Waldemar Rossi.
Interlocutor simultaneamente respeitado pelo governo Lula e pelos movimentos sociais, o ex-deputado constituinte pelo PT Plinio de Arruda Sampaio também assinou o manifesto.
E há lá ainda outros intelectuais, como a economista Leda Paulani (USP) -que chegou a participar da administração Marta, integrando a equipe do ex-secretário de Finanças João Sayad- e o sociólogo Ricardo Antunes (Unicamp).
Sampaio Jr. disse ter recebido vários gestos de apoio no final de semana, mas diz não pretender "recolher assinaturas".
O objetivo é provocar o debate sobre o impasse da esquerda, e não só em São Paulo. "O sentimento de frustração de velhos petistas é generalizado" , diz.
O sociólogo Chico de Oliveira explica sua opção pelo voto nulo, igualando a candidata petista e o tucano José Serra, que polarizam a disputa. "Não há disputa de sentido nenhuma, para não dizer disputa ideológica, porque isso já seria pedir demais. Há uma disputa eleitoral, que é só uma técnica de repartição do poder", ele diz.
"Não se pode dizer que um [Serra ou Marta] é melhor que o outro. São equivalentes, do ponto de vista político."


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