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Atleta profissional não é
modelo de saúde perfeita
da Reportagem Local
O atleta profissional está longe de ser o modelo
ideal de saúde. No afã de ultrapassar limites, é co
mum encontrar jogadores profissionais de futebol,
tênis, vôlei e outros lesionados, cada um com um
tipo de problema, decorrente da prática da modali
dade escolhida.
"Como o atleta profissional tem que estar sempre
no auge, ele muitas vezes exagera nos treinamentos,
força demais partes do corpo e acaba tendo proble
mas, se não a curto prazo, pelo menos a longo pra
zo", diz Joaquim Grava, médico do Corinthians.
A sobrecarga de trabalho é uma das principais res
ponsáveis pelas lesões de atletas profissionais, pra
ticantes de modalidades que exigem movimentos
"não-naturais", forçando com intensidade exage
rada determinada parte do corpo humano.
Treinando para superar limites, não são raros ca
sos de esportistas que acabam no estaleiro e têm sua
vida útil como atletas encurtada.
Um dos esportes que mais problemas de contusão
enfrentou nos últimos anos foi o vôlei. Como o es
porte força muito o joelho e o ombro, problemas
com os meniscos, tendinite ou rompimento de liga
mentos são comuns.
A atacante Ana Moser virou símbolo dos sacrifí
cios que o praticante de vôlei pode ter. Ela já sofreu
três cirurgias nos joelhos e esteve ameaçada de
abandonar a profissão. Quando começou a jogar,
Ana não tomava os cuidados necessários. Hoje, tem
que se submeter a um forte trabalho de musculação.
No futebol, além do risco de contusões, devido ao
choque com adversários, é comum o jogador apre
sentar problemas nos joelhos, tornozelos e púbis.
O meia-atacante Marcelinho, atualmente no fute
bol espanhol, é um exemplo. Quando jogava no Co
rinthians, passou meses tratando de forte dor no
púbis, que quase o levou à mesa de cirurgia.
Para Grava, uma das receitas para o praticante de
futebol é dosar os treinos. "Os clubes cada vez mais
estão se cercando de especialistas em medicina es
portiva e fisiologia e aperfeiçoando sua estratégia de
treinamento para evitar a sobrecarga de trabalho."
José Roberto Guimarães, técnico da seleção brasi
leira de vôlei masculino que ganhou medalha de ou
ro na Olimpíada de Barcelona, em 1992, lembra que
hoje a piscina faz parte da preparação física de qual
quer bom esportista. "Quem não faz hidroginásti
ca? É importante para relaxar a musculatura e para
descontrair a tensão de um jogo para valer."
Se fosse dar um conselho a quem está se iniciando
em alguma modalidade, ele diria que a receita é pre
parar o corpo para o esporte e não o contrário.
(JCA)
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