São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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Ciências biológicas

Investigação da vida é área de estudo em maior evidência

Há poucos cursos em oceanografia, botânica e zoologia

MARIANA BERGEL
Colaboração para a Folha

Doenças crônicas e degenerativas, traumas e seqüelas decorrentes da violência e enfermidades causadas por mudanças climáticas são apenas alguns dos vários desafios enfrentados pelas ciências biológicas no século 21.
"Somos responsáveis pelo ponto de partida dos aspectos celulares e moleculares, para que as terapias sejam desenvolvidas", explica Adalberto Vieyra, membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Hoje, a relação maior entre as áreas das ciências biológicas exige que o pesquisador tenha conhecimentos que transponham os de seu campo.
"Se um farmacologista que lida com potenciais efeitos de um composto não conhecer a bioquímica desse elemento, não saberá o que está fazendo", justifica Vieyra.
A pesquisa de células-tronco embrionárias continua em evidência. Sua manipulação pode permitir a origem de outros tipos de célula e promover a cura de doenças como câncer, mal de Alzheimer e cardiopatias.
Uma chance promissora para pós-graduados são as universidades mais distantes dos grandes centros. A oportunidade de fazer trabalhos com mais repercussão nessas instituições é maior, dizem especialistas.

Cursos em falta
Em outro campo, o da oceanografia biológica, o cenário não é tão promissor. Não há instituições suficientes para atender à demanda por profissionais no país, afirma o diretor-geral do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Adalberto Luis Val.
"Faltam laboratórios e grupos de pesquisa estruturados para entender a diversidade e as diferenças, pois a costa brasileira é imensa e muito pouco conhecida", justifica Val.
Segundo o último levantamento da Capes, há 208 programas de pós-graduação em ciências biológicas no país. Desses, apenas oito são voltados à oceanografia biológica.
Especialistas em botânica e zoologia estão em falta no cenário nacional. "Se multiplicarmos o número de profissionais por 200, isso não será suficiente para atender ao mercado de trabalho", conclui Val.
Nas áreas de parasitologia, microbiologia e imunologia, há nas universidades uma carência de profissionais, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com o professor de clínica médica e imunologia clínica da Universidade Federal da Bahia Edgar Carvalho.
Esses também encontram vagas na iniciativa privada. "Fora das universidades e das instituições de pesquisa, tanto na imunologia como na microbiologia, principalmente no ramo da biologia molecular, há boas perspectivas de trabalho", afirma Carvalho.

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