São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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Em um ano, partido inverte posição sobre BC

DA REDAÇÃO

A posição do PT sobre a independência do Banco Central variou, em pouco mais de um ano, de uma rejeição expressa para uma aceitação parcial.
A idéia de dar autonomia ao órgão foi proposta pelo governo federal. O BC passaria a ter uma diretoria com mandato independente do governo.
A oposição reagiu dizendo que era uma tentativa de prolongar a política econômica para além do próprio governo FHC.
Cogitou-se que o presidente do BC, Armínio Fraga, poderia continuar na futura administração. Em setembro do ano passado, questionado sobre essa possibilidade, o então pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, reagiu pesado.
"É uma imbecilidade a pergunta e a proposta. É descabido. Com que direito o presidente Fernando Henrique pode querer indicar o presidente do BC para seu sucessor? Se era favorável ao BC independente, por que não fez isso no seu governo?"
Em março de 2001, Fraga defendeu a idéia da independência para uma platéia de investidores estrangeiros, mas disse que a proposta era não era bem compreendida no Brasil.
"Esse é um assunto que provoca debate e ansiedade no Brasil. Costumo evitá-lo porque dá a impressão de que o governo pretende enviar o BC a outro planeta e permitir que ele faça o que quiser, da forma que pretender. Não é isso. A idéia do governo é a de dar ao BC um mandato claro, para controlar a inflação e obter um objetivo", disse então o presidente do BC.
O senador eleito Aloizio Mercadante, então deputado federal, igualmente criticou a idéia -depois chegou a defendê-la em termos e isso desagradou a Lula.
O principal assessor econômico do PT, Guido Mantega, também começou com mais restrições à idéia da independência. Gradativamente, porém, as ressalvas foram sendo reduzidas.
Agora, para fechar a mudança de discurso, o presidente nacional do PT, José Dirceu, pretende articular com o governo Fernando Henrique Cardoso a regulamentação até dezembro do artigo 192, que, prevê a concessão de maior autonomia ao Banco Central.


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