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Em um ano, partido inverte posição sobre BC
DA REDAÇÃO
A posição do PT sobre a independência do Banco Central variou, em pouco mais de um ano,
de uma rejeição expressa para
uma aceitação parcial.
A idéia de dar autonomia ao órgão foi proposta pelo governo federal. O BC passaria a ter uma diretoria com mandato independente do governo.
A oposição reagiu dizendo que
era uma tentativa de prolongar a
política econômica para além do
próprio governo FHC.
Cogitou-se que o presidente do
BC, Armínio Fraga, poderia continuar na futura administração.
Em setembro do ano passado,
questionado sobre essa possibilidade, o então pré-candidato do
PT à Presidência, Luiz Inácio Lula
da Silva, reagiu pesado.
"É uma imbecilidade a pergunta
e a proposta. É descabido. Com
que direito o presidente Fernando
Henrique pode querer indicar o
presidente do BC para seu sucessor? Se era favorável ao BC independente, por que não fez isso no
seu governo?"
Em março de 2001, Fraga defendeu a idéia da independência para
uma platéia de investidores estrangeiros, mas disse que a proposta era não era bem compreendida no Brasil.
"Esse é um assunto que provoca
debate e ansiedade no Brasil. Costumo evitá-lo porque dá a impressão de que o governo pretende enviar o BC a outro planeta e
permitir que ele faça o que quiser,
da forma que pretender. Não é isso. A idéia do governo é a de dar
ao BC um mandato claro, para
controlar a inflação e obter um
objetivo", disse então o presidente do BC.
O senador eleito Aloizio Mercadante, então deputado federal,
igualmente criticou a idéia -depois chegou a defendê-la em termos e isso desagradou a Lula.
O principal assessor econômico
do PT, Guido Mantega, também
começou com mais restrições à
idéia da independência. Gradativamente, porém, as ressalvas foram sendo reduzidas.
Agora, para fechar a mudança
de discurso, o presidente nacional
do PT, José Dirceu, pretende articular com o governo Fernando
Henrique Cardoso a regulamentação até dezembro do artigo 192,
que, prevê a concessão de maior
autonomia ao Banco Central.
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