São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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RODRIGO DE MÉLLO BRITO - FINALISTA

Da pesca à peixaria

Administrador transfere know-how de gestão para reforçar autonomia de comunidades de baixa renda

MARIANA IWAKURA
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

Rodrigo de Méllo Brito, 26, sempre diz: "Cada um tem um papel". O dele é articular profissionais que trabalham para fortalecer o empreendedorismo em comunidades urbanas e rurais de baixa renda.
Quando começa uma frase, o diretor-presidente da Aliança Empreendedora, de Curitiba, não diz "eu", e sim "a gente". "Cada um é empreendedor de si mesmo para todos", filosofa sobre os valores da entidade.
A Aliança une cinco áreas de auxílio ao empreendedor, chamadas de acessos: conhecimento, capital, tecnologia e infra-estrutura, comercialização e cidadania e proteção social.
"O objetivo é ser menos uma organização e mais uma idéia, uma união de pessoas que fazem juntas o que não conseguiriam sozinhas", diz Rodrigo.
Cada um teve seu papel na formação desse empreendedor social. O pai, Piragibe, saiu do Rio Grande do Norte para fazer a vida como empreendedor em Curitiba. No processo, ajudou outras pessoas a construir seus próprios negócios.
A mãe, Mary Nilze, é professora da rede pública. Juntos, os pais instigaram os maiores gostos do filho: trabalhar e ler.
Mas o maior direcionamento para o empreendedorismo social foi o trabalho na JR Consultoria, empresa júnior da Universidade Federal do Paraná de que Rodrigo foi diretor enquanto estudava administração."O meu cunho social veio antes, pela família, mas a faculdade foi a grande faísca disso."

Elos reforçados
A idéia da Aliança Empreendedora, que nasceu em 2005, foi maturada com base em organizações que focam jovens. Mas a atuação foi extrapolada para empreendedores e comunidades de todas as idades.
Rodrigo reconhece que não ficará à frente da Aliança para sempre. Quer continuar na linha de inclusão econômica e com escala cada vez maior.
Para isso, reforça o papel de cada um na corrente. Nas poucas vezes em que usa a primeira pessoa do singular, é para ressaltar sua atitude de agregador e provocador. "O que é a minha cara é a cultura de estimular que cada um crie seu espaço."
Assim, constrói mais um elo em direção a fazer da economia um lugar para todos. "Que a Aliança seja um ecossistema, um ambiente de inclusão em qualquer lugar. A idéia não é só ensinar a pescar, é ajudar a montar a peixaria", resume.


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