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ESTUDO - MENINOS
Carro e bola perdem espaço para eletrônico
Preferência por videogame é maior entre mais velhos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Tradicionais brinquedos de
meninos, carrinhos, bolas e bonecos perderam espaço para o
videogame quando eles pensam no presente que vão pedir.
Somados seus índices de preferência -foram citados por 24%
dos entrevistados-, ainda assim ficam atrás de videogames
e jogos eletrônicos (30%).
Games são desejados em todas as faixas etárias, mas é entre garotos de 9 e 10 anos que
ganham força (44%). Os carrinhos, que ficam em segundo lugar (14%), passam a ser menos
desejados pelos mais velhos,
mas fazem sucesso com os que
têm de 4 a 6 anos -25% os querem. O mesmo acontece com
bonecos e figuras de ação. Artigos esportivos e toca-MP3
atraem mais os maiores.
Tanto interesse por videogames preocupa os pais, que
querem saber se sua temática é
adequada e por quanto tempo
deve-se jogar sem exceder os
limites. Mas, antes de julgar o
game, é preciso verificar como
está o ambiente em casa.
"A dependência sinaliza a falta de outra coisa, como jogar
bola ou ter ambiente familiar
bom", diz o psiquiatra Aderbal
Vieira Jr., da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Além de oferecer outras
brincadeiras, é preciso atentar
para o enredo do jogo. Para ajudar nessa tarefa, o Ministério
da Justiça oferece uma classificação de conteúdo, que pode
ser vista no site http://www.mj.gov.br/classificacao.
Perda do real
A socióloga Fátima Aparecida Cabral, docente da Unesp de
Marília e autora de tese sobre o
conteúdo de jogos de videogame, pondera que, ao jogar, a
criança se transporta para o jogo, por isso há perigo de começar a perder a capacidade de separar o real do virtual.
Para Eliana Bhering, da Faculdade de Educação da UFRJ
(Universidade Federal do Rio
de Janeiro), brinquedos e recursos que excitam as crianças
sem cansá-las fisicamente e
que fazem-nas dormir menos
(como programas de computador, filmes e jogos eletrônicos)
podem ser prejudiciais.
"Correr, pular, saltar, engajar-se em brincadeiras que as
façam pensar e andar são atividades que levam ao sono necessário para o crescimento físico
e mental", aconselha.
Edelvira Mastroianni, coordenadora do LAR (Laboratório
de Atividades Lúdico-Recreativas) da Unesp de Presidente
Prudente, concorda: "Pais devem ter participação ativa nas
brincadeiras. Isso favorece o
desenvolvimento afetivo e leva
a um convívio social mais equilibrado".
(MI e MP)
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