São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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ESTUDO - MENINOS

Carro e bola perdem espaço para eletrônico

Preferência por videogame é maior entre mais velhos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tradicionais brinquedos de meninos, carrinhos, bolas e bonecos perderam espaço para o videogame quando eles pensam no presente que vão pedir. Somados seus índices de preferência -foram citados por 24% dos entrevistados-, ainda assim ficam atrás de videogames e jogos eletrônicos (30%).
Games são desejados em todas as faixas etárias, mas é entre garotos de 9 e 10 anos que ganham força (44%). Os carrinhos, que ficam em segundo lugar (14%), passam a ser menos desejados pelos mais velhos, mas fazem sucesso com os que têm de 4 a 6 anos -25% os querem. O mesmo acontece com bonecos e figuras de ação. Artigos esportivos e toca-MP3 atraem mais os maiores.
Tanto interesse por videogames preocupa os pais, que querem saber se sua temática é adequada e por quanto tempo deve-se jogar sem exceder os limites. Mas, antes de julgar o game, é preciso verificar como está o ambiente em casa.
"A dependência sinaliza a falta de outra coisa, como jogar bola ou ter ambiente familiar bom", diz o psiquiatra Aderbal Vieira Jr., da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Além de oferecer outras brincadeiras, é preciso atentar para o enredo do jogo. Para ajudar nessa tarefa, o Ministério da Justiça oferece uma classificação de conteúdo, que pode ser vista no site http://www.mj.gov.br/classificacao.

Perda do real
A socióloga Fátima Aparecida Cabral, docente da Unesp de Marília e autora de tese sobre o conteúdo de jogos de videogame, pondera que, ao jogar, a criança se transporta para o jogo, por isso há perigo de começar a perder a capacidade de separar o real do virtual.
Para Eliana Bhering, da Faculdade de Educação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), brinquedos e recursos que excitam as crianças sem cansá-las fisicamente e que fazem-nas dormir menos (como programas de computador, filmes e jogos eletrônicos) podem ser prejudiciais.
"Correr, pular, saltar, engajar-se em brincadeiras que as façam pensar e andar são atividades que levam ao sono necessário para o crescimento físico e mental", aconselha.
Edelvira Mastroianni, coordenadora do LAR (Laboratório de Atividades Lúdico-Recreativas) da Unesp de Presidente Prudente, concorda: "Pais devem ter participação ativa nas brincadeiras. Isso favorece o desenvolvimento afetivo e leva a um convívio social mais equilibrado". (MI e MP)


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