São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

PÓS-DOUTORADO

Procura pela pós ainda é baixa

Cresce oferta de bolsa nessa modalidade, mas número de formados não favorece competitividade

COLABORAÇÃO PARA FOLHA

Apesar do aumento da concessão de bolsas de pós-doutorado, a quantidade de pesquisadores com essa qualificação deixa a desejar.
Na Capes, o número de bolsas para esse nível chegou a 2.088 em 2009 -em 2005, 479 foram concedidas.
Já na Fapesp, 1.400 delas foram ofertadas no ano passado, contra 800 em 2005.
Só que cada doutor formado por ano na USP e na Unicamp corresponde a 0,4 pós-doutor, em média.
Nos EUA, a relação se inverte a favor do pós-doutor: 1,2 para cada doutor, diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. "Deveríamos ter três vezes mais pós-doutores nessas instituições para haver competitividade internacional."
"Se compararmos com o que acontece nas universidades americanas, que têm em seus laboratórios um número grande de pós-doutores, ainda são cifras pequenas", concorda Arnaldo Lopes Colombo, pró-reitor da pós-graduação da Unifesp.
O fato de o governo e as agências de fomento só passarem a dar mais incentivo ao pós-doutorado recentemente é uma das explicações para o reduzido número de pessoas que cursam essa modalidade de pós, segundo Euclides Mesquita Neto, pró-reitor de pós da Unicamp.

MAIS PESQUISA
O relatório "Unesco Sobre a Ciência 2010", que foi publicado em outubro do ano passado, indica que 75% dos pesquisadores estão nas universidades.
"Esse aluno está muito envolvido com a pesquisa porque se dedica mais ao estudo do que à formação como docente. Ele cresce muito cientificamente", explica Marilza Vieira Cunha Rudge, pró-reitora da pós-graduação da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Para Colombo, um dos principais desafios para os pesquisadores que optarem pelo pós-doutorado é agregar valor econômico ao conhecimento científico.
Para isso, pondera, é preciso melhorar a articulação com a indústria comprometida com a inovação tecnológica, uma forma de ampliar os incentivos recebidos.
Ele também afirma que o aumento da quantidade de pós-doutores é um "movimento fundamental para o sucesso da ciência e tecnologia do país".
"O pós-doutorado também funciona como um aprimoramento para os pesquisadores que ainda não obtiveram aprovação como docentes em algum concurso público", completa Mesquita Neto, da Unicamp. (BB)


Texto Anterior: Carreira: Mistura de áreas trava inscrição em concursos
Próximo Texto: Pós doutorado em números
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.