São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toda Mídia

Nelson de Sá

Até 2010

À noite, na manchete da Folha Online, "Com mais de 58 milhões de votos, Lula se reelege até 2010".
A sombra do terceiro turno esteve por todo lado. A Globo anunciou a vitória no meio do "Domingão do Faustão", quando entrou o narrador Márcio Gomes:
- Faustão, neste momento, na apuração dos votos, o presidente Lula está matematicamente reeleito.
Perfilou rapidamente o "ex-líder sindical, torneiro mecânico, marido de dona Marisa, pai de cinco filhos" -e chamou Alexandre Garcia, que fugiu de comentar.
 
Voltou então Fausto Silva, que comentou, ele sim:
- Agora, mais importante do que nunca é que não importa em quem você votou. É claro que, se votou no Lula, comemore. Caso tenha votado no Alckmin, o importante é que você tenha juízo e serenidade para respeitar o resultado. Que a oposição respeite. Uma democracia, e quem lutou pela democracia sabe, só se faz, só se fortalece respeitando o resultado das urnas. Lula foi reeleito com expressiva maioria, portanto, tem todo o mérito para continuar seu trabalho. E a oposição que tenha bastante juízo e serenidade.
Insistiu, depois, "quem apostou no perdedor que respeite a decisão das urnas, faça oposição e tente virar o jogo na próxima, a lei da democracia é essa". Alckmin, em seu discurso, depois, ecoou "Faustão".

AGARRADO, BEIJADO

"Jornal Nacional"/Reprodução
Zileide Silva e Lula, nas cenas finais da campanha global


Zileide Silva, no "JN" de sábado, sobre a semana final de campanha -com a "volta às origens" no ABC, onde "comemorou aniversário", e antes, com pobres pelo país:
- Adeus protocolo. Ele é agarrado, abraçado, beijado... O comício foi na periferia, um bairro pobre com muitos nordestinos, como o pernambucano Luiz Inácio Lula...
E por aí foi, na nova interface da Globo com o poder.

"WALL ST. LOVES LULA, TOO"

No texto "Wall Street ama Lula, também", o "Financial Times" postou ontem, antes mesmo do resultado, que "os banqueiros de Wall Street", como no relatório do J.P. Morgan na sexta, estavam "pouco preocupados quanto à manutenção dos pilares de política macroeconômica em um segundo governo Lula". No entanto, "as expectativas quanto a uma agenda de reformas são muito pequenas".

FÁCIL, FÁCIL
Em minutos, a vitória era manchete de "Le Monde", "El País" e "La Nación". "FT", "Washington Post" e "New York Times"diziam que foi "facilmente", "vitória fácil", até "esmagadora" (landslide).
Antes, já davam a reeleição por certa e arriscavam por quê. Para Larry Rohter, do "NYT", o presidente colou no opositor a marca de quem só fala de corrupção. Monte Reel, do "WP", destacou o Bolsa Família, que vem de ser "exportado aos EUA, como anunciou o prefeito de NY".

NOVO VELHO PT
Marco Aurélio Garcia anunciou "reforma muito profunda" e Marta Suplicy, "balanço de muitas coisas" no PT. Patrus Ananias anunciou "grande debate interno". Luiz Dulci, "mudanças amplas". Tarso Genro ( "acabou a era Palocci" ) e Dilma Rousseff ("obsessão" de crescer 5%) atacaram no lado econômico. Tudo ontem, na Folha Online, Reuters Brasil e outros sites.
Mas os ex-ministros José Dirceu, na Band, e Antônio Palocci, no site de "O Estado", já reagiam, ontem mesmo.


Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá


Texto Anterior: FHC pode ser presidente do PSDB em 2007
Próximo Texto: Eleições 2006 - Presidência: Por controle do PSDB, Serra e Aécio ensaiam aliança
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.