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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
Mapa do poder nos Estados favorece Lula
PT, que venceu no Acre, na Bahia, no Pará, no Piauí e em Sergipe, sai de 3,2% para 13,5% dos eleitores governados
PMDB tem sete Estados
e é o recordista no país; PSDB terá seis governadores e também o maior número de eleitores governados
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT bateu um recorde nesta
eleição e vai governar o seu
maior número de Estados a
partir de 2007: Acre, Bahia, Pará, Piauí e Sergipe. Ao todo, essas cinco unidades da Federação concentram 17,1 milhões de
eleitores, o equivalente a 13,5%
do total do Brasil.
É um salto em relação ao que
os petistas tiveram em 2002,
quando elegeram apenas os governadores do Acre, de Mato
Grosso do Sul e do Piauí (3,2%
dos eleitores do país).
Os resultados de ontem também confirmam um cenário geral muito mais confortável para
o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva na comparação com 2002. Há quatro anos,
o petista tomou posse com
apoio incondicional dos três
governadores eleitos pelo PT.
Agora, Lula entrará no Planalto
em 2007 com o suporte explícito de 16 governadores.
O único revés coletado por
Lula nas dez disputas de segundo turno foi a derrota de Roseana Sarney no Maranhão. O fracasso no Rio Grande do Sul,
com Olívio Dutra (PT) perdendo para Yeda Crusius (PSDB) já
era dado como certo.
No caso do Maranhão, entretanto, o presidente chegou a assumir o desgaste de aparecer
em público com a família Sarney. Fez até um comício naquele Estado para pedir votos para
Roseana. O vencedor, Jackson
Lago (PDT), havia sinalizado
apoio ao Planalto no início da
disputa. Agora, pode recuar.
Ainda assim, os 16 governadores que tomarão posse em
2007 e são explicitamente a favor de Lula comandam um eleitorado de 58,2 milhões em seus
Estados -ou 46,3% do país.
Também nesses 16 Estados
com governadores lulistas foram eleitos 267 deputados, o
equivalente a 52% da Câmara.
A vitória inédita para o PT
ontem, porém já esperada, foi
no Pará, com Ana Júlia Carepa
derrotando Almir Gabriel
(PSDB). Carepa, a tucana Yeda
Crusius no Rio Grande do Sul e
a governadora reeleita do Rio
Grande do Norte, Vilma Faria
(PSB), ampliam para três o número de mulheres no comando
de Estados. Hoje, há duas: a
própria Vilma e Rosinha Garotinho (PMDB), no Rio -essa
última passará a cadeira para
Sérgio Cabral (PMDB).
Além dos cinco Estados governados pelo PT, Lula garantiu apoios de cinco governadores do PMDB, três do PSB, um
do PPS e um do PDT.
No campo mais à esquerda, o
destaque ficou com o PSB. A sigla manteve o Rio Grande do
Norte e conquistou o Ceará e
Pernambuco. Já no primeiro
turno havia passado a marca de
mais de 5% dos votos para deputado federal no país (cumprindo a cláusula de barreira).
Ontem, com a eleição de
Eduardo Campos para o governo de Pernambuco, o PSB passa
a ter nas mãos o sétimo maior
eleitorado estadual do país.
Neto de Miguel Arraes (1916-2005), Campos será um dos
principais interlocutores de
Lula na sigla. Dividirá a tarefa
com o neopessebista Ciro Gomes, cujo irmão, Cid Gomes, foi
eleito governador do Ceará ainda no primeiro turno.
PMDB, PFL e PSDB
O PMDB sofreu até o último
voto com a reeleição de Roberto Requião no Paraná, mas acabou conquistando o maior número de governadores (sete)
entre as legendas. Governará
um eleitorado total de 28,7 milhões ou o equivalente a 22,8%
do país a partir de 2007.
O PSDB ficou com um Estado a menos que o PMDB. Mas
os seis comandados por tucanos representam um eleitorado
de 54,1 milhões (43% do país).
A diferença dos tucanos para
os outros partidos é que o
PSDB continua hegemônico no
Sudeste, pois manteve São Paulo e Minas (com vitórias de José
Serra e Aécio Neves no primeiro turno, respectivamente). A
novidade agora foi a conquista
do Rio Grande do Sul.
A história negativa desta eleição entre os grandes partidos
ficou para o PFL. A sigla teve
seu apogeu em 1998, com seis
governadores eleitos. Nas eleições seguintes, encolheu. Em
2002 foram só quatro governadores eleitos. Agora, ficou com
o pequeno Distrito Federal, onde foi vitorioso José Roberto
Arruda -um ex-tucano.
Os dois maiores fracassos pefelistas foram na Bahia (com a
derrota no primeiro turno do
governador Paulo Souto) e no
Maranhão (com Roseana).
Ainda a ser registrado na
conclusão das eleições estaduais o fato de 14 governadores
-dos 19 que tentaram- terem
conseguido se reeleger. Ficou
assim igualado o recorde de
1998, a primeira vez em que a
reeleição foi permitida.
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