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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
RIO DE JANEIRO
Mais de 5,1 milhões dão vitória a Cabral
Peemedebista obtém 68% dos votos válidos e, pela maior margem de diferença em todo o país, supera candidata do PPS
Eleito promete "governo do diálogo e do entendimento" e afirma que único caminho
é reduzir os gastos; Frossard comete gafe na hora do voto
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O candidato do PMDB, senador Sérgio Cabral, foi eleito governador do Estado do Rio ontem com 68% dos votos válidos
(5.128.881), contra 32%
(2.413.487) de Denise Frossard
(PPS), na vitória pela maior
margem de diferença em todo o
país -36 pontos percentuais.
A apuração das eleições nacional e estadual, que durou 3
horas e 24 minutos e foi concluída às 20h24, foi a mais rápida da história do Rio, segundo o
Tribunal Regional Eleitoral.
Após sua vitória, Cabral prometeu fazer o "governo do diálogo e do entendimento". Para
isso, vai se encontrar entre hoje
e quarta-feira com a atual governadora, Rosinha Matheus
(PMDB), com o presidente Lula (PT) e com o prefeito Cesar
Maia (PFL), seu adversário.
No primeiro turno, ele havia
obtido 41,42% (3,423 milhões
de votos), contra 23,78% (1,965
milhão) de Frossard.
Cabral ancorou fortemente
no segundo turno sua campanha no apoio de Lula, que obteve no Estado 68% dos votos válidos (5.532.112) contra 32% de
Geraldo Alckmin (2.406.398).
Cabral afirmou que sua primeira tarefa à frente do Estado
é "arrumar a casa e redefinir o
tamanho da estrutura governamental". "Vamos diminuir radicalmente o número de secretarias, o gasto no custeio e o tamanho do Estado, para que seja
mais eficiente. Só tem um caminho: enxugar os gastos."
Indagado sobre comentário
do aliado Anthony Garotinho
(PMDB), para quem sua gestão
será de "continuidade", ele respondeu, contrariado: "Meu governo será o de Sérgio Cabral."
Ele recebeu correligionários
e aliados para uma festa de celebração da vitória eleitoral no
comitê central de sua campanha, em Jacarepaguá, com
queima de fogos por dez minutos, show da bateria da Estação
Primeira de Mangueira e também distribuição de chope.
Sobre a proposta de "entendimento nacional", Cabral declarou que "o Brasil tem de sair
do palanque, a eleição acabou".
"O Congresso tem de encontrar
uma agenda propositiva. O Brasil sai das urnas com desejo claro: o desse entendimento."
O peemedebista votou às
9h30 na Escola Municipal Roma, em Copacabana (zona sul).
Estava acompanhado de três filhos, dos pais, de irmãos e de
amigos. Também estavam com
ele a coordenadora da campanha à reeleição de Lula no Rio, a
ex-governadora Benedita da
Silva (PT), e o senador eleito
Francisco Dornelles (PP).
Benedita estava com os dois
pés enfaixados e tinha dificuldade para andar. Ela quebrou
três dedos, pisoteados durante
um corpo-a-corpo em São João
de Meriti, na Baixada Fluminense, com Cabral, na sexta.
Frossard, por seu lado, atribuiu a derrota ao fato de Cabral
pessoalmente apoiar Lula mas
ter parte do PMDB, comandado regionalmente por Garotinho, fazendo campanha para
Alckmin, do PSDB. "Sérgio Cabral se apropriou dos dois candidatos a presidente da República. Onde Alckmin era forte,
ele ia com Alckmin. Onde Lula
era forte, ele ia com o candidato
Lula. Assim, houve uma apropriação dos espaços. Mas tivemos uma vitória política. Saímos maiores do que entramos.
Desejo que o governador cumpra todas as suas promessas."
Frossard, deputada federal
em final de mandato, evitou falar sobre seu futuro na política,
mas considerou a eleição uma
vitória política do seu grupo político, aliado ao de Cesar Maia.
Ela votou pela manhã no Colégio Santo Agostinho, no Leblon (zona sul), e cometeu uma
gafe. Foi até a cabine, digitou o
seu número, confirmou o voto
nela mesma e saiu então para
posar para fotografias. Porém
esqueceu de votar para presidente da República e só retornou à urna eletrônica depois de
uma mesária chamar sua atenção sobre o esquecimento.
Atribuiu o lapso ao fato de,
além de ter ficado "emocionada" com seu voto, ter achado
que o candidato tucano já havia
conquistado a vitória no primeiro turno da eleição.
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