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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
RIO GRANDE DO NORTE
Wilma de Faria passa incólume por escândalos e se reelege
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), 61, foi reeleita ontem com 52,38% dos votos válidos, contra 47,62% do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB).
Apoiada pelo presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi ao Estado duas vezes durante a campanha, Wilma se uniu no segundo turno a Geraldo Melo, presidente do PSDB no Estado. Garibaldi não recebeu nenhuma vez o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o qual apoiou informalmente.
A exemplo de Lula, a governadora se apresentou como defensora dos pobres, criticou privatizações feitas pelo adversário e, a julgar pelo resultado das urnas, passou incólume por escândalos em sua gestão.
O maior deles foi o chamado "foliaduto", denunciado pelo Ministério Público do Estado em abril deste ano. O caso envolve uma fundação ligada ao governo acusada de pagar por shows que não ocorreram.
O irmão da governadora e ex-chefe da Casa Civil, Carlos Faria, foi denunciado por envolvimento no episódio. Na semana passada, um empresário acusado de participação no "foliaduto" apontou a existência de esquema semelhante na Secretaria de Turismo.
Wilma conseguiu virar uma disputa que, no início, mostrava Garibaldi com ampla vantagem. Após vencer no primeiro turno por apenas 15 mil votos de diferença, ela ampliou a margem para 74.929 votos.
Com sua reeleição, derrotou união inédita entre duas das mais tradicionais famílias da política no Estado: os Alves, de Garibaldi, e os Maia, do senador e ex-governador José Agripino (PFL).
No segundo turno, o acirramento entre as duas candidaturas levou militantes a se enfrentarem fisicamente em pelo menos três cidades -Natal, Parnamirim e Mossoró.
Ao mesmo tempo, disputas na Justiça Eleitoral suspenderam por 24 horas a programação de dois canais de televisão.
Primeira derrota
Senador, ex-deputado estadual, ex-prefeito de Natal e governador do Estado por dois mandatos, Garibaldi sofreu a primeira derrota em sua carreira política.
"Ela [a derrota] demorou a chegar. Mas encaro com serenidade", disse Garibaldi ontem.
O senador, que tem mandato até 2011, afirmou que articulará oposição "não-radical" à governadora. Sobre as denúncias de corrupção contra Wilma, afirmou que os opositores devem aguardar o final das apurações antes de tomar alguma atitude.
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