LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Candidato à reeleição, Alcides Rodrigues (PP) venceu ontem a disputa pelo governo de Goiás. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rodrigues obteve 57,14% dos votos. A vitória confirmou o cenário que vinha sendo apontado nas pesquisas.
Seu rival na disputa, o senador Maguito Vilela (PMDB) ficou com 42,86% dos votos. Alcides esteve na dianteira desde o início da apuração dos votos.
Em nenhum momento, chegou a ser ultrapassado por Maguito. Segundo o TSE, votos nulos atingiram 9,68% e os brancos, 1,51%.
Ao longo da campanha, Alcides conseguiu imprimir uma "virada". Começou a corrida eleitoral com apenas 3% dos votos e enfrentando um forte favoritismo de Maguito, que aparecia com mais de 50% das intenções de voto. Já no primeiro turno, o atual governador surpreendeu. Obteve 48,22% dos votos válidos, contra 41,17% de Maguito, contrariando o que pesquisas vinham apontando.
O peemedebista ainda tentou uma reação, "colando" sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cresceu em Goiás no segundo turno. Lula terminou o primeiro turno 11 pontos percentuais atrás do tucano Geraldo Alckmin, mas conseguiu reverter o favoritismo do adversário.
A vitória de Alcides confirma o prestígio político de Marconi Perillo (PSDB) em Goiás - ele foi eleito senador com 75,82% dos votos. O pepista, chamado em Goiás de "sombra" de Perillo, foi vice do tucano por quase sete anos e assumiu o governo em março, quando este se desincompatibilizou. Perillo foi o grande "fiador" da eleição de Alcides. O pepista só começou a subir nas pesquisas quando o ex-governador se engajou de maneira explícita na campanha. Balanço divulgado pela Polícia Militar de Goiás indicava que foram registradas 85 ocorrências ontem no Estado. Entre as infrações, segundo a PM, estão a prática de boca-de-urna, descumprimento da lei seca e transporte irregular de eleitores, entre outros.
Com Alcides, analistas prevêem uma continuidade no modelo implantado por Perillo no Estado. Uma das grandes marcas do hoje senador foi o que ele chama de "modernização do Estado", uma tentativa de desburocratizar o aparelho estatal que incluiu iniciativas como a criação de agências reguladoras para cuidar de transporte, turismo e comunicação. Na campanha, Alcides prometeu investir mais na educação e na saúde, além de dar continuidades a projetos sociais.


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