São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

Próximo Texto | Índice

PANORAMA

Aumento de titulados chega perto da meta

Mestrado acadêmico foi o que registrou menor crescimento no período de 2005 a 2008

CRISTIANE CAPUCHINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No último dos seis anos do plano nacional de pós-graduação, um balanço das metas traçadas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para o período de 2005 a 2010 mostra que estão perto de serem atingidas.
Em 2008, último dado disponibilizado pela instituição, havia 88,3 mil alunos matriculados em programas de mestrado _84% do objetivo de 105 mil mestrandos até o fim de 2010.
O número de doutorandos (52,7 mil) chega a 96% da meta de 55 mil. Segundo o presidente da Capes, Jorge Guimarães, ela deve ser atingida com os números de 2009 e de 2010.
De 2005 a 2008, o maior incremento de alunos ocorreu no mestrado profissional: 44%. No doutorado, foi de 20%, e no mestrado acadêmico, de 14%.
Uma das explicações para a maior aproximação do número de doutores da meta traçada é a dinâmica dos programas, que começam com mestrado e são ampliados para doutorado.
"Atingiremos o cenário mais ambicioso, exceto nas áreas tecnológicas, pois o mercado melhorou e concorreu com a academia", diz Guimarães.
Apesar de mais numerosos, os alunos de pós ainda estão longe das empresas, avaliam especialistas. Os poucos profissionais com formação superior -9,5% dos brasileiros com mais de 25 anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)- relutam em trocar o salário por uma bolsa de estudos.
"No Brasil, a maioria [dos doutores] continua na universidade. Em outros países, muitos vão para os setores empresarial e industrial", diz a socióloga Elizabeth Balbachevsky.
Ela acredita que o mestrado responde mal aos anseios do mercado. Moldado como um minidoutorado, afia as habilidades de pesquisador e não pode ser encarado como meio de refinamento profissional.
O mais ajustado para o mercado é o mestrado profissional, que deve avançar nas áreas de farmácia, química, computação e em setores ligados à indústria, afirma Guimarães.
Atualmente, porém, a modalidade tem 218 programas aceitos pela Capes -8,5% do oferecido. Para o próximo decênio _o plano nacional da pós passa a abranger dez anos a partir deste ano-, a Capes quer aumentar esse número e apoiar áreas tecnológicas.


Próximo Texto: Universidade e empresa: Só 5% de mestres e doutores atuam nas companhias
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.