Selva sem lei
País ainda se debate com legislação ambiental e resiste a compromisso mais enérgico contra a destruição da floresta e o aquecimento global
As florestas do Brasil continuam ameaçadas. Apesar da drástica queda na devastação da Amazônia, ela estacionou numa taxa anual de 5.000 km2, e ninguém dá muita atenção para a destruição do cerrado sob o avanço da fronteira agrícola. Com dificuldade para fazer valer a lei nas matas –regularização fundiária, cumprimento do Código Florestal e pagamento regular de impostos–, o governo federal resiste a incluir o fim do desmatamento entre as metas nacionais para a conferência do clima de Paris, em dezembro. Aceita apenas o compromisso de eliminar as derrubadas ilegais em 2030. Reportagens especiais da Folha e seu Fórum Desmatamento Zero mostram, no entanto, que o país tem muito a ganhar se abandonar a tradição de crescer destruindo e encarar de frente o desafio de modernizar o campo, começando pela atrasada pecuária.