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Juca Kfouri

Quero ganhar do...

Tente entrar nas cabeças dos técnicos Tite, Ney Franco e Felipão. Quanta confusão!

O TORCEDOR do Corinthians quer ganhar do São Paulo, neste domingo, no Morumbi.

Ele não se esquece da derrota para os reservas tricolores na véspera da viagem que resultou no bicampeonato mundial de clubes.

O torcedor do São Paulo quer ganhar do Corinthians, neste domingo, no Morumbi.

Ele não se esquece que passou um bom tempo sem sentir o sabor de vencer o rival e que está na hora de recomeçar a fazê-lo passar pelo mesmo amargor.

Mas o Corinthians terá uma dura tarefa na quarta-feira seguinte ao Majestoso, em Bogotá, a 2.650 metros de altitude, contra o Millonarios, pela Libertadores.

E o São Paulo, no dia seguinte, subirá ainda mais 1.000 metros, sob o risco de cair fora da mesma Libertadores, contra o Strongest, em La Paz, na Bolívia.

O que fazer?

"Ora," dirão Tite, francamente, e Ney Franco, titemente: "a Libertadores deve ser priorizada, por ser muito mais importante que o Paulistinha. Uma questão que ultrapassa rivalidades. Ou treinabilidades...".

Quem discordará?

Ninguém, mas, talvez, só até que outra questão se apresente e que deve ser ponderada por nossos ilustres cartolas.

De quem é mais gostoso ganhar, do São Paulo ou do Millonarios? Do Corinthians ou do Strongest?

Mas, se os presidentes dos dois clubes determinarem a escalação dos titulares a todo risco, a possibilidade de o quarto clássico paulista seguido terminar 0 a 0 neste 2013 será enorme, porque o jogador sabe onde lhe aperta a chuteira -e agrada o bolso.

A rivalidade entre os grandes vale mais, na hora da disputa, do que qualquer taça.

É o que diz a emoção, derrotada em seguida pela razão quando um corintiano é capaz de preferir perder todos os Majestosos do ano, mas comemorar o título mundial, como em 2012.

E vice-versa.

Os são-paulinos parecem dar até mais valor para a Libertadores do que para o Mundial.

Exagero que merece começar a ser questionado, para que o Brasileiro não vire só um torneio classificatório para a taça continental.

Talvez seja influência de Fernando Pessoa, pois estas mal traçadas foram escritas em Lisboa e o gênio, como se sabe, foi quem disse que o rio da aldeia dele era mais belo que o Tejo, por não ser o Tejo o rio da aldeia dele.

Lisboa que ainda cultua o Felipão, embora não sejam poucos os que o critiquem, tema da coluna neste domingo.

Porque o português viu sua seleção perder a final da Eurocopa, em casa, para a Grécia, em 2004. Não foi para a Itália, a Alemanha, a Inglaterra ou a França, mas para os gregos.

Itália, Alemanha, Inglaterra e França que as seleções de Mano Menezes, e de Felipão, não conseguiram vencer, ao contrário da de Dunga.

E o torcedor brasileiro quer ganhar dos grandes.

Ney Franco, Tite e Felipão têm de agradar gregos e troianos, são-paulinos e corintianos.


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