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Fábio Seixas

Sem plano

Indy deixou de ser opção para pilotos brasileiros, e perspectivas são ainda piores que as da F-1

Entre os cinco pilotos mais velhos do grid da Indy no Anhembi, no domingo, dois serão brasileiros. Castro Neves tem 37 anos. Kanaan, 38.

Ambos já estão há um bom tempo por lá: fazem, em 2013, a 16ª temporada, somando campeonatos da Champ Cars e da IRL. São os mais longevos, ao lado de Franchitti.

Em número de corridas, não tem para ninguém. Castro Neves e Kanaan lideram.

Ótimo para eles, que, diga-se, fizeram por merecer.

O primeiro tem três anéis de Indianápolis, dois vice-campeonatos e lidera a temporada. O segundo sagrou-se campeão em 2004 e também carrega um vice no currículo.

Porém, chama a atenção que os dois sejam, novamente, os únicos brasileiros a disputar o campeonato completo.

É sintomático, tem ligação com outras categorias. E é uma fotografia do momento.

Há 15 anos, a foto era outra. Mal cabia tanta gente.

Este colunista cobriu a Indy de perto em 97 e 98, os "anos Zanardi". Elkhart Lake ou Milwaukee muitas vezes pareciam Tarumã ou Cascavel: pilotos brasileiros por todos os lados --foram 11 no segundo ano, contabilizando categoria principal e Light.

Havia também profusão de patrocinadores do país, com grupos de convidados a cada prova, e até uma feijoada patrocinada pela Brahma todos os sábados --com direito a samba, caipirinha e mulatas, para a alegria de Vasser.

O que aconteceu?

Primeiro, a ficha caiu. Patrocinadores perceberam que a Indy não era nem seria uma "F-1 mais barata". Teve a ver com a atuação predatória de Ecclestone, sim, mas também com uma questão interna: a disputa Cart x IRL nos EUA.

No Brasil, o troca-troca entre emissoras de TV não ajudou. Para piorar, ninguém ocupou o espaço deixado por Emerson depois de seu terrível acidente em Michigan: não surgiu um novo ídolo.

Hoje, a Indy não é nem mais o plano B para brasileiros que se deram mal ou não conseguiram chegar à F-1. O momento é do Turismo.

Neste final de semana de Indy em São Paulo, Di Grassi, Bruno e Pizzonia correrão em Spa, pelo Mundial de Endurance. Jimenez, que chegou à GP2, disputa o FIA GT. Zonta também está por lá.

E ainda há aqueles que preferiram os stock cars, aqui ou fora: Nelsinho, Ricardinho, Max, Átila, os Sperafico...

Em termos de participação brasileira, o futuro da Indy parece ainda pior que o da F-1. Não há ninguém na fila.

E quando Castro Neves e Kanaan pararem? Haverá sentido em continuar correndo na marginal Tietê?

Taí uma questão para os promotores pensarem.

fabio.seixas@grupofolha.com.br


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