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Juca Kfouri

Farsa ou tragédia?

Mais um Brasileiro começa escondido. A cartolagem só pode agir assim de propósito

"O CAMPEONATO Brasileiro começou ontem. E às 18h10. Sem nenhuma pompa ou circunstância, como sempre, porque a CBF o trata como mera obrigação, nada que mereça promoção."

"Era para ter banda, esquadrilha da fumaça, fogos de artifício e luzes estroboscópicas. Mas começou às 18h30 do sábado, sem pompa nem circunstância (...)."

"Há quem ache que este começo chocho tem a ver com a proximidade da Copa do Mundo, a menos de um mês."

Não, rara leitora, raro leitor. Não pense que este colunista enlouqueceu de vez e está confundindo as bolas, ora dizendo que o campeonato começou numa hora, ora em outra e misturando alhos com bugalhos e frangalhos a tal ponto que trocou a Copa das Confederações pela Copa do Mundo.

Note que os três parágrafos que abrem estas mal-traçadas estão entre aspas. Explico.

O primeiro se refere à coluna sobre a primeira rodada do Campeonato Brasileiro em maio de 2007. O segundo, pelo mesmo motivo, na mesma época, em 2009. E o terceiro, idem ibidem, em 2010.

"E poderia ir buscar outras colunas na semana de abertura do Campeonato Brasileiro para comprovar que nada mudou e nada muda."

Sim, as aspas desta frase indicam nova repetição, copiada também de 2010. Acusará você, cheia ou cheio de razão que o jornalista precisa se reciclar, ser mais criativo, menos repetitivo.

Que, enfim, ele reproduz a cartolagem porque todo ano faz tudo sempre igual, mas é justo que se diga, a bem da verdade, que neste 2013 a CBF inovou: sua cúpula está em Londres. Preferiu o fecho da Liga dos Campeões da Europa à abertura do Brasileirão. Nada mais justo, não é não?

Quem ficou por aqui, no entanto, caprichou.

O jogo mais interessante da primeira rodada, entre o campeão paulistas e o carioca, acabou escondido no sábado à noite, só para TV fechada, embora com o Pacaembu tomado porque corintiano está indo ver seu time disputar até par ou ímpar.

Não há de ser nada. No ano que vem a história se repetirá, como farsa ou tragédia. Porque nem a história sabe mais se estamos mesmo diante de estúpidas repetições ou de algo tão absurdamente inédito, por afrontar o óbvio, que mereça destaque em homenagem ao desatino.

Enquanto isso, um obscuro político do PTB paulista propõe moção de apoio ao presidente da CBF.

Campos (de concentração?) Machado trata a verdade a porretadas, pois tenta desvincular a morte de Vladimir Herzog dos discursos de José Maria Marin, coisa que só fazem os ignorantes, os bajuladores, os de má-fé e/ou os fascistoides.

Pergunte aos jornalistas da TV Cultura de então, estamos falando de 1975, como repercutiam as falas desse tipo em suas casas e na Redação.

Pergunte aos carrascos da Oban como eles adoravam essas manifestações de apoio, como convites para agir.


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