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Juca na Copa

As voltas que a bola dá

ERA UMA VEZ um tempo em que nós torcíamos para os times africanos e nem faz tanto tempo assim.

Nigéria, Camarões, Costa do Marfim ganhavam nossos corações porque torcer pelo mais fraco faz parte do comportamento humano.

De repente, não mais, nos damos conta de que até isso mudou no mundo do futebol que, como se sabe, é uma bola que gira enquanto a história rola. Porque torcemos ontem pelo Taiti contra os ex- -queridinhos nigerianos.

O Taiti do técnico Eddy Etaeta (eita nó!) que levou um saco de gols --meia dúzia, pois os africanos ou são cruéis ou são respeitosos.

Cruéis por fazer todos os gols que puderam e outros tantos que perderam por ruindade, nem aí para a fragilidade dos simpáticos rivais campeões da Oceania.

Ou respeitosos, profissionais, por tratar o adversário como se fosse mesmo um oponente, apesar de ter apenas um jogador que vive do futebol, o veterano, do futebol francês, Vahirua.

Delicioso ver o Mineirão, com tanta gente dentro quanto fora dele, os que protestavam, nas ruas, contra a gastança da Copa, quando Jonathan Tehau fez o gol literalmente oceânico e saiu remando com seus companheiros para comemorar. Vahirua junto, autor do cruzamento.

Depois, porque o Taiti pode ser o paraíso e o inferno, o mesmo Tehau fez, contra, o quarto gol nigeriano. Mas o Taiti certamente não é aqui.

O que diriam os polinésios franceses se cerca de 11% de sua população fosse às ruas protestar em franco desafio à estapafúrdia decisão da Justiça mineira que proibira manifestações em toda Minas Gerais em dias de jogos?

Diriam que para evitar o ridículo que não fariam igual, porque agora mais de 20 mil ativistas têm contas a ajustar com a Justiça.

Voltando ao futebol, embora esteja difícil falar dele nestes tempos de cólera, resta saber se a goleada nigeriana será a maior ou se o Uruguai precisará fazer saldo diante do Taiti, um prato cheio para a dupla de ataque Luis Suárez e Cavani.

Porque, da Espanha, espero comiseração.

Se os espanhóis resolverem ser respeitosos como os nigerianos, em vez do três vira, seis acaba, poderemos ter um 16 vira, 32 termina.

O que baterá o recorde em jogos Fifa, hoje de Austrália 31x0 Samoa Americana, em 2001, pelas eliminatórias da Copa do ano seguinte. Antes disso, sabe quem era dono do recorde?

Exatamente o Taiti, que fizera 30 a 0 nas ilhas Cook, em 1971, nos Jogos do Pacífico. Pacífico? Terrífico!


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