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Vitória

Taiti leva 6 da Nigéria, mas emociona torcida e cumpre objetivo de fazer um gol no torneio

DE SÃO PAULO

A bola cruzou toda a área nigeriana. O goleiro Enyeama, talvez prevendo o momento histórico, nem se esforçou. De braços abaixados, viu Jonathan, 25, entregador de comida e o mais velho dos quatro integrantes da família Tehau na seleção, surgir por trás de todo mundo. A cabeçada não foi grande coisa. Não importa. Ela entrou.

O Mineirão comemorou. Os jogadores formaram um bolo humano. O técnico Etaeta esbugalhou os olhos. Pareceu não acreditar no que via.

O Taiti já cumpriu sua missão na Copa das Confederações: fez um gol. E com uma vitória sobre a Nigéria na estreia... uma vitória por 1 a 6.

Não importa que os três pontos foram para a conta dos africanos. Para quase todo mundo, o Taiti ganhou.

"Estamos muito orgulhosos. Era importante para nós fazer um gol", disse Etaeta.

"Quero aproveitar para agradecer a minha família por ter me colocado para jogar futebol", disse Tehau, autor também de um gol contra.

Afinal, o campeão da Oceania nunca havia disputado uma partida oficial fora do seu continente, tem só um atleta profissional, que não precisa conciliar o futebol com outras carreiras, e enfrentou um adversário que até campeão olímpico já foi.

Mesmo estando no Brasil há só 38 horas e desgastada por uma crise entre jogadores e dirigentes que ameaçou sua participação, a Nigéria poderia ter vencido pelo placar que quisesse, tamanha a discrepância entre os times.

Por dez minutos, jogou sério. Marcou duas vezes: com Echiéjilé e Oduamadi, que aproveitou a fragilidade para marcar três vezes.

Depois, só esperou os taitianos errarem. E como eles erram. Rebote em cruzamento fraco, buracos inacreditáveis até em defesas da várzea e um gol contra em que a bola tocou em dois taitianos contribuíram para o placar.

Que seria maior se os nigerianos tivessem um mínimo de seriedade. Foram pelo menos cinco gols perdidos na tentativa de driblar o goleiro, inclusive por Oduamadi.

E um momento de emoção: o inédito gol do Taiti, quando o placar já marcava 3 a 0.

Tal como na Olimpíada de Sydney-2000, quando o guinéu-equatoriano Eric Moussambani nadou até cachorrinho para completar os 100 m livre, o derrotado roubou a cena. A história nem sempre é escrita pelos vencedores.


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