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Operário

Coadjuvantes do Corinthians podem ganhar hoje o Brasileiro, fora de casa

MARTÍN FERNANDEZ
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Uma bola é lançada com força no peito de Adriano na roda de bobo no treino do Corinthians. Ele desvia. É alvo de aplausos irônicos. Em seguida, tem que ir para o meio recuperar a bola.

O tratamento dispensado ao dono do maior salário do time é igual ao dos outros. Pelo menos agora que ele está integrado aos treinos.

Adriano é a estrela, mas não é a cara do time. O Corinthians tem a chance de ganhar o Brasileiro hoje diante do Figueirense com uma equipe de maioria de coadjuvantes, boa parte sem título ou projeção nacional até o início da campanha. Basta vencer e o Vasco empatar.

Seu retrato não é o gol salvador de Adriano no final do do jogo com o Atlético-MG, mas a roubada de bola de Leandro Castán e a arrancada e a assistência de Emerson.

Dos 11 titulares que o Corinthians deve alinhar hoje, seis deles jamais ganharam títulos relevantes como titulares. A lista inclui Júlio César, Paulo André, Fábio Santos, Ralf, Paulinho e Willian.

"É uma equipe muito equilibrada, que sabe como se comportar. Terminou com um tesão desgraçado para ser campeã. Uma molecada que ainda não tem grande título", analisou o técnico Tite.

Entre os consagrados, como Alessandro, Danilo e Liedson, predomina a discrição.

Na cúpula do Corinthians, há um consenso de que nenhum de seus atletas atrai holofotes, à exceção de Adriano, afastado por seis meses.

Os outros são vistos como atletas com fome de glória, um perfil contrário ao time de Roberto Carlos e Ronaldo. Para a diretoria, é mais fácil lidar com um grupo assim.

Tite pode aplicar longos treinos táticos em que molda o time. Todos o ouvem.

O resultado é a equipe que mais desarma no Nacional. Em média, 139,1 vezes.

A política do time operário não foi bem uma escolha da diretoria, mas circunstância da temporada, com as saídas de Ronaldo e Roberto Carlos e a inatividade de Adriano.

"Às vezes é bom ter um ídolo mais forte, alguém que centralize as atenções. O Adriano pode ser esse jogador em 2012", conta o diretor de futebol Roberto Andrade.

Quando foi parar no meio da roda de bobos, Adriano deu um grito sobre um incauto que tinha a bola e a perdeu. Criativo, livrou-se do castigo sem correr, como livrou a bola do goleiro do Atlético-MG. E salvou o time operário.

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17h Band e Globo (para SP) e Sportv (menos SC)

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