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Juca na Copa
A Copa das manifestações
POLÍTICOS E CARTOLAS tentam minimizar as manifestações pelo país afora.
Joseph Blatter diz que o futebol superará os protestos.
Geraldo Alckmin descobriu a pólvora ao ver fundo político nas passeatas.
Marco Polo Del Nero declarou que os atos são coisa de quem não tem o que fazer e endossou a opinião de Blatter: ambos veem oportunismo nos que surfam sobre as atenções que o futebol desperta. Queriam o quê? Que não se aproveitasse o momento em que o mundo está olhando para cá? Brincam com fogo.
Já Aloizio Mercadante repele que se misture política e futebol, mesma falácia de João Havelange, o que lhe permitia conviver alegremente com Videlas e Médicis da vida.
O presidente da Fifa está tão iludido como quando pediu fair play para evitar as vaias que ele e Dilma Rousseff receberam.
O governador de São Paulo, que se supunha político, repele a prática e, talvez, passe a se dedicar à medicina.
O presidente da FPF, que não viu excessos na ação da PM e quer que as pessoas gritem Brasil, parece que além de cego está surdo, porque o que mais se ouviu foi o grito de Brasil nas ruas.
Além disso, não se dá conta de como representa muito do que causa a indignação dos ativistas, no faraônico prédio da federação, vampira dos recursos do futebol.
Já o ministro da Educação, cuja maior contribuição para a língua portuguesa foi desmoralizar o significado da palavra irrevogável, aloprou novamente, ao tentar dissociar o indissociável.
O fato é que o povo se encheu e a gota-d'água apareceu também na suntuosidade de estádios pagos com o seu dinheiro, dinheiro que a cartolagem e os políticos, além das empreiteiras, querem só para superfaturar. Mas querem que a patuleia pague e cale.
Quando o povo grita para diminuir a tarifa e mandar a conta para a Fifa ou que Copa não, mas saúde e educação, está sendo o mais claro possível.
Tão claro que a seleção brasileira não está sendo confundida nem com os políticos, nem com os cartolas, nem com os empreiteiros, a exemplo do que aconteceu com a seleção tricampeã mundial em 70, quando o país soube distinguir o time da ditadura.
A superestrutura do futebol brasileiro faz parte da miséria nacional. Quem está nas ruas também gosta de futebol e sabe o quanto tudo poderia ser melhor.
Que ninguém perca por esperar, pois a hora da cartolagem está prestes a chegar. E, que raro, Hulk e David Luiz apoiam as manifestações.