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Juca na Copa

De um limão, a limonadadá

COMECINHO DA manhã, porta do quarto do hospital Mater Dei, em Belo Horizonte.

O escudeiro Martín Fernandez já a postos e minha baby- -sitter também. Sim, há males que vêm para bem. Arrumei uma babá de primeira. Embora uma raridade como atacante, virou lateral que não desgruda do ponta nem um segundo sequer.

Falo de Tostão, sinônimo de solidariedade e carinho e não sei se ele perdoará a inconfidência nada mineira, porque ele mesmo, ao telefone, andou se apresentando como minha baby-sitter.

Eis que estamos os três esperando a ordem de alta hospitalar quando surge, do nada, ninguém menos que Dario, o Rei Dadá, Peito de Aço.

Estava eu lado a lado com o melhor jogador mineiro de todos os tempos, ex-Cruzeiro, e com o eterno artilheiro do Galo, ídolo pelos gols que fez e pelas frases que cometeu.

E Dadá, após se desmanchar em homenagens a Tostão, ambos relembrando um jogo da seleção mineira em que Tostão lhe deu passes para marcar quatro gols, conta que teve um sonho, sobre um jogo entre o céu e o inferno.

Ao time do céu bastava o empate, mas o do inferno, com dois gols de Mané Garrincha, saiu na frente.

O goleiro do time do céu, João Leite --que está vivíssimo da silva, chamado de Goleiro de Deus, atleta de Cristo--, roga a são Pedro, técnico do time celestial, que chame o Dadá na Terra para virar o jogo. Assim é feito, e ele faz três gols.

Isso tudo sob o som das músicas de que mais gosta, a saber: a 5ª sinfonia de Beethoven, o Bolero de Ravel, Frank Sinatra, Agnaldo Timóteo e Angela Maria.

Ao sairmos os quatro e passarmos pelo pronto-socorro, em natural silêncio, Dadá diz alto que aquilo parece velório e solta o grito de Galo, para gargalhada geral e coro em seguida.

É isso. Do incômodo de 48 horas hospitalizado, boa parte na UTI, apesar de muito bem atendido, só mesmo a tabelinha entre Dadá e Tostão para fazer do limão uma limonada, à qual Dadá, marqueteiro que só ele, logo acrescentaria a sua marca.

Assim embarco para o Rio do Maracanã na final: comovido ao lado de Martín, que me cuidou como se fosse meu filho, com saudade de Tostão, que me deu tratamento de irmão e divertido por Dario, que me mandou escolher entre três possibilidades de tratamento: ou ele é meu amigo, ou é meu fã ou é meu ídolo. Só ele mesmo.

TOURADA

A Itália mostrou que o touro não é tão bravo assim. Será Felipão um bom toureiro?


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