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Piquet levanta público sonolento

F-1
Em corrida sem emoção, ex-piloto anda em carro antigo e, vascaíno, provoca paulistas

NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO

Com o título definido há quatro corridas, o GP Brasil de ontem, despedida da temporada, teve apenas um grande momento na pista. E, mesmo assim, antes da largada.

Homenageado do ano, após Emerson Fittipaldi ser protagonista em 2010, o ex-

-piloto Nelson Piquet, 59, foi o responsável pela bandeirada final. E deu quatro voltas no autódromo a pouco mais de uma hora do início da F-1.

A bordo do modelo Brabham BT49 com o qual ganhou o primeiro de seus três títulos mundiais, há 30 anos, Piquet levantou o público (71.083 pessoas, segundo a organização), que passou quase toda a etapa inerte.

Não bastasse isso, criou frisson ao erguer uma bandeira do Vasco já quando se dirigia para os boxes, em pleno domingo decisivo para o Campeonato Brasileiro. A equipe carioca se tornou ontem a única concorrente do Corinthians pelo título.

Risos, gritos de incentivo e, obviamente, muitas vaias tomaram o ambiente.

Corintianos puxaram músicas para exaltar o clube. Piquet negou ter agido para provocar os paulistas. "Não, não. Sou apenas torcedor do Vasco, mesmo", declarou.

Acompanhado do filho Nelsinho, que deixou a categoria após se envolver em esquema de manipulação de resultado em 2009 e reafirmou o desejo de não voltar, Piquet disse estar emocionado por correr de maneira inédita à frente do caçula.

Já a corrida, que não teve chuva nem brasileiros na frente ou qualquer risco à supremacia da Red Bull, chegou a fazer torcedores dormirem na arquibancada.

A Folha precisou de menos de dez minutos no setor A para flagrar duas pessoas atrás da área dos assentos, entre banheiros, lanchonetes e uma loja de produtos da F-1.

Quem ficou no setor precisou desembolsar R$ 655 -o valor engloba os três dias do final de semana e só podia ser comprado de uma vez.

No mais, a mesma enxurrada de cambistas dos últimos dois dias ao lado da bilheteria. Na véspera, a Polícia Militar havia detido oito.

Também houve confusão entre agentes municipais e manifestantes contrários ao evento, por "prejudicar o meio ambiente da região, cercada por mananciais". Tiveram suas faixas arrancadas.

Ante à alegação de poluição visual, uma das ambientalistas, a estudante Valquiria Almeida, 26, bradava: "Se tivesse um monte de gostosa, não teria problema nenhum, né?". Após a chegada da imprensa, os agentes municipais recuaram.

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