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Eventos vão para onde há dinheiro

NEGÓCIOS
Investimento no esporte passa por Bric, declara consultor

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O Brasil e a Rússia formam a rota de investimento das gigantes do esporte.

Essa é a análise de Richard Dudley, ex-homem forte do setor de patrocínios da NFL (liga de futebol americano) e da área comercial da NHL (liga americana de hóquei) e hoje o presidente da Octagon, principal empresa de consultoria esportiva do mundo.

"Há uma confluência de fatores que faz pesados investimentos no esporte passarem pelo Brasil e pela Rússia. Acompanhamos uma selvagem corrida ao país nos últimos doze meses", afirma Dudley, cuja empresa volta ao país, que deixou em 2007.

Segundo o executivo, além de o Brasil estar recebendo vultosos investimentos e dos eventos esportivos que receberá nos próximos anos, pesou em sua decisão o resultado de uma pesquisa que mostrou que os jovens brasileiros têm uma grande intimidade com a tecnologia.

"A forma de acompanhar o esporte está mudando, está mais dinâmica. Antes, você assistia jogado no sofá. Hoje você vê os jogos pela TV e, pelo iPhone, acompanha as estatísticas, enquanto fica tuitando sobre o andamento das partidas com amigos."

A crise financeira na Europa e a situação anêmica da economia dos EUA não passam despercebidos por Dudley, cujo principal cliente pessoa física é o nadador americano Michael Phelps.

"Não nos iludamos. Para atrair fãs, as competições têm de contar com atletas talentosos. Na nossa leitura, com o fortalecimento [da moeda brasileira] e o crescimento da classe média, isso será cada vez mais possível."

Para não se limitar somente ao campo das ideias, o executivo aponta para a sequência de Jogos Olímpicos como um indício de que o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) forma o futuro do esporte.

"Não são os grandes eventos que atraem os investimentos, mas os grandes eventos que seguem o caminho do dinheiro. Veja: Pequim, Brasil e Rússia", declara.

Ao seguir esse raciocínio, Dudley abriu dois escritórios na China, um em Pequim e outro em Xangai. No Brasil, também abriu dois, um em São Paulo e outro no Rio.

Com pouco mais de um ano no país, a Octagon fechou com cinco patrocinadoras da Copa-14 para prestar consultoria sobre ações de ativação de suas marcas: Ambev, Itaú, Liberty e outras duas que serão anunciadas em breve.

Na Rússia, que será palco dos Jogos de Inverno de Socchi, em 2014, e da Copa do Mundo de 2018, tem um escritório, assim como na Índia.

Dudley também abriu um escritório nos Emirados Árabes Unidos, país próximo ao Qatar, que receberá a Copa do Mundo de 2022.

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