Folha de S.Paulo

Zagueiro se consagra após ter revés pelo maior rival

DE SÃO PAULO

Há quatro anos, no mesmo Mineirão, o zagueiro Leonardo Silva, até então do Cruzeiro, perdeu a final da Taça Libertadores para o argentino Estudiantes.

Contestado no time celeste, o atleta acertou sua transferência para o arquirrival Atlético-MG. Na equipe alvinegra, o jogador de 34 anos não se destacou apenas pelos desarmes ao lado do companheiro Réver. Ele também virou artilheiro com 15 gols em 103 partidas.

O mais importante foi marcado ontem, aos 42 min da etapa final, contra o Olimpia.

Quando alguns torcedores atleticanos já choravam na arquibancada, o zagueiro foi para a área adversária.

No primeiro cruzamento, ele caiu e pediu pênalti. Depois, Silva se levantou para cabecear, fazer o segundo gol do Atlético-MG e manter as esperanças dos mineiros.

No último lance da prorrogação, o zagueiro ainda quase marcou o gol do título.

Desequilibrado, o atleta finalizou mais uma vez de cabeça e viu a bola se perder pela linha de fundo. Mas o destino reservou outra emoção ao jogador: a cobrança decisiva na série de pênaltis.

Apesar de ser um dos destaques na decisão, Leonardo Silva sofreu nesta Libertadores. Por contusão e suspensão, ele ficou de fora de algumas partidas. Nas quartas de final contra o Tijuana, o jogador cometeu um pênalti tolo nos acréscimos, mas foi salvo por uma defesa do goleiro Victor.

Homem de confiança de Cuca e ovacionado pelos torcedores, Leonardo Silva demorou para deslanchar na carreira e se encontrou apenas no Atlético-MG

Titular absoluto do técnico, ele não perdeu sua vaga na equipe nem com o retorno do ídolo Gilberto Silva ao clube, no início da temporada.

Antes mesmo de sua passagem apagada pelo Cruzeiro, o atleta já havia ficado marcado negativamente no Palmeiras, onde não deixou saudades.

Ontem, o zagueiro não só cravou seu nome na história do time alvinegro, como também apagou a derrota de 2009 no Cruzeiro, vivida no mesmo local de sua consagração.