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São Paulo perde a oitava partida seguida
FUTEBOL
Revés por 1 a 0 contra o Inter, em casa, iguala fiascos de 1951 e 1986 e afunda ainda mais clube em crise
O juiz apita o fim da partida. Os jogadores deixam o campo de cabeça baixa. Com exceção de Rogério, ninguém troca de camisa com rivais.
Pela 11ª vez consecutiva, o São Paulo tropeçou. E pelo oitavo jogo seguido, perdeu.
Mas o 1 a 0 para o Inter, dentro do Morumbi, não foi só mais um fracasso em um time de fiascos rotineiros.
Foi histórico. Afinal, o São Paulo igualou os maiores jejuns de vitórias de sua existência, de 1951 e 1986.
Foi um choque de realidade. Que ficou claro nas frases fortes proferidas pelo capitão Rogério na saída de campo.
"Há campeonatos que a gente joga para ganhar e outros para se salvar. Esse a gente está jogando para se salvar", disse o goleiro.
"Ele está correto. Essa é uma análise fria e completamente sensata", concordou o técnico Paulo Autuori.
A crise do São Paulo tem efeito na tabela de classificação do Brasileiro. A equipe ainda está fora da zona de rebaixamento. Décima sexta colocada, tem oito pontos, um a mais que a Ponte Preta, que está no grupo do descenso e tem três jogos a menos.
O aproveitamento do time do Morumbi (26,7% dos pontos ganhos) é o segundo pior da primeira divisão. Apenas o lanterna Náutico (16,7%) tem desempenho mais fraco.
Foi também assustador. Luis Fabiano precisou ser substituído por dores na coxa direita. Denilson terá de ser submetido a uma artroscopia no joelho direito.
Ambos devem perder mais que o clássico contra o Corinthians, domingo. São desfalques quase certos para a excursão internacional da próxima semana: Copa Audi, amistoso contra o Benfica e disputa da Copa Suruga.
No encontro do fim de semana com o arquirrival, Aloísio, suspenso, também irá desfalcar o São Paulo.
"Quando as coisas estão ruins, tudo vem em bola de neve", adicionou o treinador.
Mas também houve espaço para alguma esperança.
A quantidade de protestos vistos no Morumbi serve como termômetro para isso.
Tudo bem que a chuva e o frio cancelaram a manifestação programada para antes da partida. Mas, durante o jogo, as vaias e críticas foram pontuais.
É que o São Paulo mostrou evolução. Assim como na derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, no último sábado, jogou bem até sofrer o primeiro gol.
Mas, mesmo após Lúcio sair errado para o ataque, perder a bola e propiciar o contra-ataque transformado em gol por chute mascado de Leandro Damião e falha de Rogério, que nem tentou a defesa, o mundo não desabou.
É verdade que até o fim da primeira etapa bateu cabeça e foi engolido pelo Inter. Mas voltou do intervalo diferente. Afobado, sim, mas capaz de criar e desperdiçar chances.
Jadson driblou o goleiro e chutou para fora. Aloísio não conseguiu tirar a bola do arqueiro rival. "As chances que perdemos mostram nossa falta de confiança", completou.
