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Entrevista - Boris Johnson

Brasil deve resistir aos protestos contra a Olimpíada do Rio

Após comandar os jogos de 2012, prefeito de londres afirma que organização brasileira vai provar que pessimistas estão errados

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Um ano após comandar a Olimpíada de Londres, o prefeito Boris Johnson afirmou à Folha que o Brasil não deve se curvar ao pessimismo em relação à Rio 2016.

Ele disse que as autoridades devem "resistir" aos protestos contra os gastos de grandes eventos esportivos. Para Johnson, o desempenho da capital britânica mostrou que quem se opunha aos Jogos estava errado.

Conhecido pelo estilo debochado e com a popularidade turbinada pelos Jogos, ele se tornou o político mais popular do Reino Unido e é cotado para suceder o primeiro-ministro David Cameron.

Folha - Um dos principais motivos da onda de protestos no Brasil é o gasto elevado com a organização da Copa e da Olimpíada. O sr. comandou Jogos que custaram £ 9 bilhões (cerca de R$ 31 bilhões). O que pensa disso?

Boris Johnson - Não cabe a mim fazer comentários sobre a política brasileira. Mas, pela minha experiência, posso dizer algo que pode ser útil a quem está organizando os Jogos. Não podem se curvar aos céticos, aos pessimistas.

Não se rendam a quem demonstra atitude hostil contra os Jogos. Estávamos cheios deles em Londres, e provou-se que eles estavam errados. Tenho certeza de que o Brasil vai provar o mesmo.

Números que o sr. apresenta ao falar do legado positivo têm sido questionados...

Não por mim.

...por críticos. Um exemplo é o Westfield Stratford [megashopping vizinho ao Parque Olímpico]. Dizem que ele seria construído de qualquer jeito.

Isso é besteira! Não é verdade! Aquele shopping não teria acontecido [sem a Olimpíada]. Quando uma cidade faz um grande sucesso, produz uma atmosfera de confiança. Muitos investimentos estavam parados há décadas.

O dinheiro está entrando em Londres de uma forma que a gente não via há muito tempo. Não posso provar cada decisão de investimento se deve aos Jogos. Mas posso dizer que parte se deve a eles.

Há um clima geral de confiança. Você não pode negar a recuperação econômica fenomenal do leste de Londres. Isso atrai os investimentos.

O sr. foi acusado de usar os Jogos para se promover. Muitos temem que os políticos brasileiros façam o mesmo.

Nunca sonharia em tirar vantagem das grandes glórias nacionais no esporte [risos]. Não sonharia em fazer isso neste ano. Fiz em 2012.

O que o Rio pode aprender com Londres?

Não quero dar lições. Mas tem que envolver muito o setor privado, trazê-lo para o lado do setor público. Tem que ter muito tempo para planejar e zelar para que cada instalação tenha uso após os Jogos. Estou certo de que já estão fazendo tudo isso.


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