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Juca Kfouri

Ceni: solução ou problema?

O mitológico goleiro, maior ídolo do São Paulo, é parte da crise que precisa ser resolvida no Morumbi

ROGÉRIO CENI é o vértice mais aclamado do triângulo que compõe a chamada Santíssima Trindade são-paulina, composta também por Raí e Leônidas da Silva.

Tanto que aqui, no dia do Natal em 2005, fez-se uma "Ode a Rogério Ceni", para celebrar sua exuberante atuação contra o Liverpool na decisão do Mundial de Clubes.

Em agosto do ano seguinte, também neste espaço, perguntou-se o que mais dizer dele, depois que fez um gol de falta, outro de pênalti e ainda defendeu uma penalidade contra o Cruzeiro no Mineirão.

Então, foi feita a promessa, antecipadamente anunciada como dessas para não ser cumprida, de não mais falar de seu santo nome em vão.

Mas Ceni está aí, às vésperas de encerrar a gloriosa carreira e aparentemente perdido na ilusão de ser maior que o São Paulo. Não é, ninguém é nem será, pois nem Pelé ficou maior que o Santos.

Rogério trabalhou pela queda de Ney Franco, disse publicamente que a herança do treinador era zero, "zero", repetiu para os repórteres e, na segunda-feira passada, antes de embarcar para a Alemanha, ao se referir a Paulo Autuori, declarou que "agora temos comandante".

Estaria tudo muito bem, noves fora o atropelo ético, não fosse o fato de o goleiro, quando Franco se despediu do elenco, tê-lo elogiado na frente dos companheiros, que o ouviram perplexos, incrédulos com o tamanho da inesperada hipocrisia.

Para muitos jogadores tricolores, se é que não para todos, Ceni caiu do pedestal com a atitude cínica e desnecessária, pois bastava ter ficado calado.

Capitão do time com todos os méritos, é improvável que o episódio não macule sua liderança, pois deixou de ser o exemplo que sempre foi.

Verdade que ele já se revelou capaz de operar tamanhos milagres na vida tricolor que, quem sabe, perceba que, além de chuteiras, e luvas, tenha de calçar as sandálias da humildade e recuperar o espaço perdido.

Não bastasse tudo isso, já que se falou em Santíssima Trindade, há outra pesada cruz no vestiário do Morumbi. A representada por outro profissional que também se confunde com o recente passado vitorioso do time: seu nome é Cruz, Milton Cruz.

Como se vê, não é pequeno o desafio que Gustavo Vieira de Oliveira topou encarar.

Missão digna do sobrinho de um dos vértices do triângulo, o tio Raí.

Que São Paulo o abençoe.

BOA NOTÍCIA

A nona rodada do Brasileirão teve média de 21.184 pagantes por jogo. Fosse a média geral, o Brasil teria o sexto campeonato do mundo, não o 15º, com 13.467.

Ficaria longe da média alemã, de 42.646, mas seria a melhor alcançada no país desde 1983, com 22.953 torcedores.

O fato de quatro dos novos estádios terem sido usados contribuiu para a melhoria.


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