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Juca Kfouri

Estádio espetacular (2)

Muitos não corintianos reagiram mal à coluna cheia de elogios ao estádio que nasce belo em Itaquera

DE CASO pensado, e encantado, minha última coluna foi uma ode ao novo estádio corintiano.

Imaginava que a repercussão seria como foi.

Por que sou corintiano?

É o que muitos imaginaram ao reagir irados, diante da falta de menção ao financiamento, tema já tratado exaustivamente aqui em relação a todos, todos os 12 palcos da Copa.

Curiosamente, os cidadãos corintianos gostaram tanto da coluna quanto eu do estádio.

As críticas vieram dos cidadãos torcedores dos rivais, que se calariam se os mesmos métodos os contemplassem, porque assim têm sido os debates pelo país afora, sempre em clima de Fla-Flu, na política, inclusive.

Do mesmo modo, denunciei o dinheiro sujo que veio via MSI da Rússia --falei até em doping financeiro --, mas me abstive de comentar cada boa atuação de Tevez como fruto da parceria.

Se há quem seja incapaz de separar uma coisa de outra, problema dele. O fato de o financiamento do Mané Garrincha ser escandaloso não impede que se fale de sua beleza. Se a cada jogo nele realizado o crítico tiver que fazer menção às origens, convenhamos, ficará mais chato que de costume.

Sim, o estádio alvinegro é de cair o queixo.

Nem mencionei que será o de melhor iluminação do mundo --5 mil lux-- o dobro de luminosidade do estádio de Munique, hoje o mais bem servido.

Nem que às 16h, quando os jogos começam aos domingos, o gramado estará todo sob sombra.

Ou que o Corinthians, porque acompanha dia a dia, cada passo que se dá na obra, bateu o pé e não aceitou fazer um elevador que, por exigência da Fifa, custaria mais R$ 20 milhões para deixar Joseph Blatter na porta da tribuna de honra, diferentemente do que o projeto previa. Pois o cartola terá de sair de um elevador como estava planejado e andar 20 metros para se instalar. Certamente não morrerá por isso.

Alguém quer que se repita ser descabido o veto ao Morumbi. Repita-se, pois, sem problema. Justiça seja feita, é a mesma opinião do ex-presidente Lula. Como a da direção corintiana, que pensava erguer um palco mais modesto, fora do famoso padrão Fifa. Para tanto, teria os incentivos legais que beneficiam qualquer empreendimento na zona leste paulistana e trataria de financiar o restante por seus meios.

Não me perguntem se acho melhor fazer um hospital, uma escola ou uma fábrica na região com os incentivos da prefeitura. A resposta é um redondo SIM.

O estádio será polo de progresso para Itaquera? A direção do clube acredita.

Eu tenho sérias dúvidas quando olho para o Engenhão, no Engenho de Dentro, no Rio, ou no Soccer City, no Soweto, em Johannesburgo. A conferir, pois.

Sobre uma coisa, no entanto, não tenho dúvida: o estádio é espetacular. Foi só, e tudo, que escrevi.

E mantenho. Encantado.


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