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Edgard Alves

Um golpe duro de assimilar

Punição ao Ladetec obriga Brasil a agir rapidamente na recuperação de laboratório antidoping para Jogos

A desqualificação do Ladetec, o único laboratório no Brasil que era credenciado para testes de doping pela Wada, a Agência Mundial Antidoping, é um duro golpe para o Rio-2016, o comitê organizador da Olimpíada e da Paraolimpíada.

Agora, as autoridades brasileiras da área correm atrás do prejuízo na tentativa de recuperar a credencial e assim evitar maiores danos para os eventos daqui a três anos.

O comitê Rio-2016, certamente, deve levar um puxão de orelha na visita que o COI realiza nestes dias na cidade para avaliação do trabalho de organização e do andamento das obras olímpicas. A falta de um laboratório credenciado para testes antidoping é uma situação complicada, diferentemente de outras pedras pelo caminho do comitê, renegociáveis sem desespero, como os impasses do campo de golfe, do local da canoagem e dos processos atrasados das instalações temporárias de basquete e handebol.

Por que o problema do laboratório é grave? Simples: porque havia um, embora necessitasse de ajustes e modernização das suas instalações, o Ladetec, que funciona no prédio do Centro de Tecnologia da UFRJ. O laboratório falhou, entretanto, na sua função específica, com resultados equivocados em exames.

E o Ladetec realiza obras de ampliação para os Jogos, com custo inicial estimado de R$ 29,6 milhões, em 2009, valor que, por mudanças do projeto, subiu para R$ 85 milhões e entrou na mira do TCU, que apontou indícios de irregularidades.

Levando-se em conta o alto grau de importância do controle antidoping no mundo dos esportes na atualidade, o descredenciamento do laboratório nacional tem forte impacto negativo. Além da boa saúde dos atletas, o antidoping busca propiciar condições de igualdade às partes em confronto numa competição esportiva. Age contra a picaretagem, a fraude, o recurso ilícito.

Nas Olimpíadas, desde meados da década de 60, quando a luta contra o doping iniciou sua escalada, os procedimentos completos dos exames sempre ocorreram na sede. O padrão veta viagem do material coletado, como urina e sangue, ou seja, não deve ser colhido na cidade dos Jogos e analisado em outra praça. Em Londres-12, foram feitos cerca de seis mil testes, quantidade que pode ser ampliada no Rio.

Nas competições em geral, até mesmo em Mundiais, como o de judô, em andamento no Rio, e testes rotineiros em etapas de treinamento, a viagem do material é possível. Por isso, o descredenciamento do Ladetec causa danos financeiros para o esporte no país. Uma análise no exterior custa em média mil dólares, uma fortuna.

Enfim, ou negocia-se com competência uma reviravolta no caso do Ladetec ou, com respaldo da Wada, monta-se novo laboratório às pressas, consumindo mais recursos públicos. Um momento delicado para a Olimpíada do Rio.


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