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Rosell admite ter recebido por amistoso

CBF
Cartola do Barcelona disse a uma rádio espanhola que pagamento se deu 'por honorários, não por comissão'

DE SÃO PAULO

O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, admitiu ontem pela primeira vez que recebeu dinheiro por ter prestado serviços relacionados a amistosos da seleção brasileira.

"Eu fiz uma proposta para a CBF que aumentava muito o cachê que eles recebiam. Pediram que fizéssemos um pacote, com 50% do dinheiro adiantado. Para conseguir isso, negociei com uma empresa árabe [ISE, dona dos direitos de comercialização doa amistoso]", afirmou Rosell. "Não são comissões, são honorários, não sei por que tentam me caluniar."

As declarações foram dadas ontem, numa longa entrevista à Radio Catalunya. Foi a primeira vez que o cartola falou de sua relação com a CBF e com o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, após as recentes denúncias envolvendo os dois.

Na semana passada, a Folha revelou que uma empresa de Rosell (Ailanto Marketing) depositou R$ 2,8 milhões numa conta de Ana Carolina Wigand Pessanha Rodrigues, mulher de Teixeira.

Em agosto, o jornal "O Estado de S. Paulo" havia publicado que empresa registrada em nome de Rosell nos EUA recebeu € 8,3 milhões por "serviços de marketing e promoções" em amistosos da seleção entre 2006 e 2012.

Os repasses seriam feitos pela ISE. A CBF diz que de seu cofre "não saiu dinheiro" para empresas de Rosell.

A relação do cartola catalão com a confederação brasileira é antiga e próxima. Rosell era o homem-forte da Nike no Brasil quando o contrato entre a empresa e a entidade foi alvo de uma CPI, há mais de dez anos.

Na campanha do penta, Rosell esteve o tempo todo grudado na seleção de Luiz Felipe Scolari --organizou até baladas com jogadores, segundo diz em sua biografia.

Rosell depois deixou a Nike e virou cartola do Barcelona, mas nunca se afastou do futebol brasileiro. Em 2011, andou no ônibus da seleção durante a Copa América.

Bem antes de fechar a contratação com Neymar, o dirigente já alardeava a negociação como concluída.

A relação com a CBF também trouxe problemas para Rosell. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do DF por ter se beneficiado de um contrato sem licitação e de ter usado documento falso para poder levar adiante um amistoso da seleção em Brasília, contra Portugal, em 2008.

O governo do DF pagou R$ 9 milhões para que a Ailanto, empresa de Rosell, organizasse a partida.

"Eu posso entrar no Brasil quando quiser", disse o presidente do Barcelona ontem. "A polícia não está esperando por mim, não há nenhum procedimento contra mim em nenhuma parte do mundo."

Rosell afirmou ainda que "o que aconteceu no Brasil foi um erro administrativo."

Teixeira deixou a CBF em março de 2012, muito por conta das denúncias envolvendo esse amistoso de 2008.

Desde então, Rosell não foi mais visto nos amistosos da seleção brasileira. "Não tenho nada a esconder", disse o cartola. "Quero saber do que me acusam porque a mim não chegou nada."


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