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Por mais dinheiro, grupo cria oposição à Conmebol

POLÍTICA
Com Maradona e Romário, movimento foi articulado por Andres Sanchez

DE SÃO PAULO

Com o apoio de ex-jogadores como Maradona, Romário e Francescoli, um grupo de dirigentes sul-americanos declarou guerra à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

O movimento foi deflagrado ontem, tendo Andres Sanchez como articulador e o auditório da sede social do Corinthians como palanque.

As acusações do grupo contra a entidade que controla o futebol sul-americano foram muitas --e pesadas.

"Eu pensei que não poderia haver uma entidade mais corrupta do que a Fifa e a CBF. Mas existe, é a Conmebol", atacou Romário.

As críticas foram direcionadas ao presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo, ao seu antecessor, o paraguaio Nicolas Leoz, e a outros cartolas influentes no continente, como Julio Grondona, presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino), José Maria Marin, presidente da CBF, e Marco Polo Del Nero, vice da CBF.

"Precisamos desmascarar essa gente que tanto mal faz ao futebol", disse Maradona, ex-jogador e ex-técnico da seleção argentina.

A Folha procurou Fifa, Conmebol, CBF, AFA e Federação Paulista de Futebol para que pudessem responder às críticas que sofreram.

Grondona, chamado de "mafioso" por Maradona, disse por telefone que não iria polemizar com o ex-jogador, de quem foi chefe. As entidades não responderam até a conclusão desta edição.

repasse

No evento realizado ontem no Parque São Jorge, estavam presentes dirigentes de cerca de 20 clubes da América do Sul e presidentes dos sindicatos de jogadores de Brasil, Uruguai e Paraguai.

A maior queixa do grupo é o pouco dinheiro que a Conmebol repassa aos clubes.

"Hoje nós praticamente pagamos para disputar a Libertadores, as cotas de televisão do Campeonato Paulista são mais altas", afirmou Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians e articulador do encontro.

Na reunião, um grupo de dirigentes apresentou números que, segundo eles, provam que a Conmebol repassa menos dinheiro do que pode aos clubes filiados.

Argumentam que a entidade recusou propostas pelos direitos de transmissão da Libertadores e da Copa Sul-Americana que seriam melhores do que as atuais.

Essas ofertas foram realizadas pela Gol TV, do Uruguai, do empresário Paco Casal, que estava presente ao evento ontem no Corinthians.

O ex-jogador uruguaio Enzo Francescoli, sócio de Casal na Gol TV, discursou contra os cartolas da Conmebol.

"Desde que parei de jogar, me dedico ao negócio da TV. Fizemos propostas melhores, e a Conmebol nunca quis nos escutar", afirmou.

O encontro se deu sem a participação de representantes de clubes brasileiros ou argentinos.

Segundo a Folha apurou, dirigentes de times brasileiros não foram convidados. "Mas vamos falar com os outros times do Brasil, sim", disse Andres Sanchez.

Maradona foi agressivo ao falar sobre os ausentes. "Os clubes argentinos não estão aqui porque são uma vergonha, são uns cagões."

Apesar de todas as críticas à Conmebol, o grupo não cogita por ora boicotar os torneios organizados pela entidade. "Temos que ser cuidadosos", disse Juan Pedro Damiani, presidente do Peñarol.

O grupo descarta, por ora, concorrer às próximas eleições da Conmebol, que devem acontecer em 2015. (DIEGO IWATA LIMA, MARCEL RIZZO E MARTÍN FERNANDEZ)


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