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Análise F-1

Situação joga fumaça sobre o caos no automobilismo do país

Brasil pode ter piloto na F-1 em 2014, mas é pouco diante de sua tradição

FÁBIO SEIXAS COLUNISTA DA FOLHA

O anúncio da saída da Ferrari, feito pelo Twitter, é mais um passo de uma trajetória sui-generis na F-1.

A pergunta que se faz é: Terá sido este o passo final?.

Felipe Massa viveu uma experiência única. Aos 20, sem grandes patrocinadores e em uma categoria inexpressiva --a F-3000 europeia--, caiu nas graças de Jean Todt.

Sem nunca ter sentado num F-1, assinou contrato com a escuderia, obsessão na sua profissão, chance que muita gente mais rodada e mais premiada jamais teve.

Foi posto por Todt na Sauber, passou um ano testando pela Ferrari, voltou para a equipe suíça e em 2006 se tornou titular em Maranello. Apoio incondicional, sempre.

Insistência que causou estranhamento na imprensa europeia e que foi em parte explicada quando Nicolas, filho de Jean, passou a circular como seu empresário.

Agora, a presença de pilotos brasileiros no grid depende de duas situações. A primeira é justamente a resposta à pergunta lá do início.

Se a Ferrari tiver desembarcado de vez do "projeto Massa", será difícil ele se recolocar. Há pilotos mais jovens, mais promissores e com mais patrocínios.

Mas caso ainda haja um carinho, uma dívida de gratidão ou a vontade política de agradar Todt --hoje presidente da FIA--, Massa pode ganhar sobrevida na categoria. Em 2014, Marussia e, provavelmente, Sauber usarão motores Ferrari. O brasileiro pode ser incluído no pacote. A ver.

A segunda situação envolve outro Felipe, Nasr, que no último final de semana viu minguarem as chances de título da GP2. Apesar disso, tem aliado de peso, Bernie Ecclestone: para os negócios do homem-forte da F-1, ter um brasileiro é importante.

Mais pelo segundo que pelo primeiro cenário, a chance de haver um piloto do país na categoria em 2014 é real.

É pouco, muito pouco, para um país que conquistou 8 títulos em 19 anos. E joga fumaça sobre o estado de caos e abandono do automobilismo brasileiro, de categorias--escola à míngua e autódromos caindo aos pedaços.

Nasr, como Massa, é quase um milagre, fruto de ações alienígenas e conveniências isoladas. Em questão de mérito, já era para o Brasil estar há anos fora da F-1.


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