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Scolari evoca rancor corintiano

Série A Remanescente das Libertadores de 99 e 2000, treinador tenta, de novo, bater rivais

DE SÃO PAULO

Quem é corintiano ou palmeirense lembra como se fosse ontem. Era a Libertadores de 2000, Marcos pegou o pênalti de Marcelinho e Luiz Felipe Scolari saiu correndo e gesticulando para uma incrédula torcida do Corinthians.

A relação entre o treinador gaúcho e os corintianos sempre foi uma história à parte.

Assim como o convívio entre Scolari e seu colega Tite, que hoje pode ser campeão brasileiro pela primeira vez e é tido como um pupilo do treinador pentacampeão.

Scolari esteve -e foi peça fundamental- nos momentos recentes mais quentes da rivalidade. E tem hoje a chance de ajudar a tirar o título do clube que tanto castigou.

Em 1999, na Libertadores, eliminou o Corinthians nos pênaltis e, depois, foi campeão. No ano seguinte, a defesa de Marcos nas penalidades causou uma das maiores dores da história alvinegra.

Dias antes, ficou famosa a preleção de Scolari no vestiário do clube. O áudio vazou. "Precisa ter raiva dessa porra de Corinthians", gritou o treinador aos seus jogadores, logo após recomendar "comer a orelha do cara".

Onze anos mais velho, o gaúcho evitou polemizar sobre o clássico. Nesta semana, foi questionado sobre o que lhe vem à cabeça quando escuta a palavra Corinthians.

"Adversário", respondeu.

As perguntas se seguiram: Mas e o passado? As batalhas na Libertadores, a chance de tirar o título hoje?

"O que eu tenho que pensar? Passado, presente, futuro? Vai ser meu adversário domingo, e só! O resto eu não tenho que pensar", concluiu.

Pela declaração, parece que Scolari evitava confusões no clássico. Mas não foi assim nos dias anteriores, quando usou das suas artimanhas.

Durante a semana, disse que o rival já é campeão porque o Vasco não ganhará do Flamengo. Também deixou no ar a possibilidade de escalar Marcos, que não joga desde 18 de setembro e está com um pé na aposentadoria. Pela primeira vez no Nacional, escondeu a lista de relacionados, aumentando o mistério.

"Ele estará no Pacaembu, isso eu posso garantir."

A relação com o técnico do Corinthians também mudou.

Amigos há mais de 30 anos, começaram a se afastar há um ano. Tite criticou a postura do Palmeiras de Scolari no jogo com o Fluminense.

Em fevereiro, o palmeirense disse que aceitaria perder o clássico para preservar o emprego do amigo. Tite ficou chateado. Passaram o ano sem falar um com o outro. Mas já deram a entender que a inimizade está datada.

"Tenho uma grande gratidão pelo Luiz Felipe, foi ele quem me ensinou a treinar posicionamento na bola parada", revelou Tite, que ganhou esse apelido de Scolari quando moravam em Caxias do Sul, há mais de trinta anos. "Mas hoje não é eu contra ele, é Corinthians e Palmeiras."

(LUCAS REIS E MARTÍN FERNANDEZ)

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