Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Apesar de verba pública, entidade não banca viagem de atletas da seleção

GINÁSTICA ARTÍSTICA
Sem ajuda da confederação, clubes e pais financiaram ida a competição

PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

A notícia, comunicada no final de julho, virou motivo de festa: aos 12 anos, Murilo Pontedura defenderia pela primeira vez a seleção.

O ginasta de Guarulhos representaria o país no Sul- -Americano de Sogamoso, na Colômbia, no mês seguinte. O evento reuniu atletas pré- -infantis (9 a 11 anos), infantis (12 a 14) e juvenis (15 a 18).

Mas a alegria deu lugar a um problema. A inscrição, a passagem, a hospedagem e a alimentação não seriam pagas pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

O veto era às categorias pré-infantil e infantil.

A conta, então, foi assumida pelos clubes aos quais os atletas estão ligados ou por seus pais, via depósito à CBG.

A confederação deve receber R$ 3,3 milhões por meio da Lei Piva em 2013. Neste ano, também terá R$ 8 milhões da Caixa --até 2016, o banco vai injetar R$ 35 milhões na entidade.

Outras confederações, como a de vôlei e a de judô, afirmam bancar todos os gastos de seus atletas convocados.

"Se representa o Brasil, não há como não pagar", declara Antonio Carlos Gomes, dirigente da Confederação Brasileira de Atletismo.

A CBG diz que não pagou as despesas por ter outras prioridades e alegou que as federações estaduais haviam sido avisadas no início do ano (leia mais à direita).

VAQUINHA

No caso do garoto Murilo, do Esporte Guarulhos, sobrou para os pais fazerem a "vaquinha". "Em um sábado, fizemos rifa, vendemos comida e refrigerante. Colegas do meu trabalho fizeram doações", diz o pai, Valmir.

Os R$ 5.500 arrecadados pagaram a viagem do ginasta e de um técnico dele.

Outras agremiações reclamaram. O Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, desembolsou R$ 12 mil e enviou dois ginastas e um treinador.

Técnico do clube, Leonardo Finco também é coordenador da CBG, mas discorda do procedimento. "Quando se trata de representação nacional, a CBG deve custear tudo. Eu questionei a presidente [Maria Luciene Resende], mas ela acha que está certo."

Para o treinador, a situação é "um tiro no pé", por prejudicar a formação de ginastas para além das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

O Santa Maria, de São Caetano, gastou mais de R$ 3.000 com um atleta. Passagem e inscrição foram pagas pelo clube, e hotel e alimentação, por uma associação de pais.

A Caixa diz patrocinar as seleções "com pagamento da passagem, hospedagem, alimentação, uniformes e taxas de inscrição", mas que cabe à CBG estipular prioridades.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página