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Havelange pede renúncia ao COI

OLIMPÍADA

Para evitar sanções, brasileiro deixa comitê, do qual era membro desde 1963

DE SÃO PAULO

Um dos principais pivôs da conquista do Rio como sede olímpica de 2016, João Havelange, 95, enviou na quinta ao COI (Comitê Olímpico Internacional) uma carta pedindo a renúncia ao cargo de membro da entidade. A informação foi divulgada ontem pela agência internacional de notícias Associated Press.

Segundo a agência, o cartola brasileiro, que também é presidente de honra da Fifa, tomou a atitude para evitar ser afetado por sanções do COI e, assim, manter sua reputação livre de associação com casos de corrupção.

Nos últimos seis meses, o Comitê de Ética do COI vem investigando o envolvimento de Havelange em um escândalo de recebimento de US$ 1 milhão em propinas da ISL, agência de marketing que era parceira da Fifa nos anos 90, época em que o brasileiro presidia a federação.

O resultado das investigações está programado para ser revelado na próxima quinta-feira. Caso se comprovasse o envolvimento com o escândalo de corrupção, Havelange, membro do comitê desde 1963, corria o risco de ser suspenso por dois anos ou até mesmo expulso do COI.

Com a sua renúncia, no entanto, a denúncia do comitê deve ser retirada, e o resultado das investigações vão se manter confidenciais.

O caso ISL foi o maior escândalo de corrupção da história da Fifa. O processo, encerrado em 2010 sob sigilo na Justiça suíça devido à pressão da Fifa, concluiu que foram pagos US$ 100 milhões (R$ 186 milhões) em propina a dirigentes nos anos 1990.

Os nomes dos acusados nunca foram divulgados. Mas, no ano passado, a rede britânica BBC fez uma série de reportagens que revelava o envolvimento de Havelange e de Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do comitê organizador da Copa-2014, com o escândalo da ISL.

Teixeira, que, como genro de Havelange, tornou-se nos anos 90 o homem mais forte do futebol brasileiro, não é membro do COI, mas pode ser punido pela Fifa, caso se comprove seu envolvimento. A federação pretende reabrir o caso ISL na reunião nos dias 16 e 17, em Tóquio, no Japão.

Um membro da Fifa disse à Folha que os dados que serão divulgados não demonstram que Teixeira tenha feito nada ilegal, porém mostram ações imorais de sua parte.

Como presidente de honra da Fifa, Havelange também pode ser afetado pela divulgação do caso pela entidade.

A assessoria de imprensa de Teixeira questionou a veracidade das informações divulgadas sobre Havelange.

Alega não ter conhecimento de nenhum pronunciamento oficial do COI e tampouco de Havelange sobre sua saída do comitê.

Também argumenta que o caso se refere ao COI e não à Fifa. Finaliza ao declarar que, se a Fifa abordar o assunto ISL, isso será muito positivo para esclarecer muitas coisas.

A Folha tentou entrar em contato com Havelange, mas não obteve resposta.

Com as agências de notícias

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