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Romário apoia intervenção federal no comando da CBF

FUTEBOL
Deputado defende que Câmara faça investigação na entidade

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Cuidadoso ao mencionar acusações contra a CBF, o deputado Romário de Souza Faria (PSB-RJ) defendeu ontem que a Câmara investigue a entidade e que o governo federal indique um presidente-interventor para comandar o futebol no país, se for o caso.

"A partir do momento que se comprove, legalmente, que existem coisas que estão totalmente fora da nossa legislação, eu tiraria o presidente da CBF [Ricardo Teixeira] e colocaria... O governo federal colocaria um presidente", sugeriu Romário. O presidente-interventor teria de ficar, opina ele, até 2015. Só então seriam realizadas eleições.

Deputado federal em primeiro mandato e crítico constante da CBF, Romário, 45, falou ontem à Folha e ao UOL. Já adaptado ao Congresso e à maneira melíflua dos políticos darem entrevistas, ele hoje escolhe bem as palavras antes de fazer acusações. Uma ilação sua é quase sempre seguida de uma frase na forma adversativa.

"A Câmara poderia, o mais rápido possível, decidir se essas ações que a CBF fez, tem feito e, com certeza, continua fazendo, são realmente legais. E, se são legais, definir o que vai acontecer com a CBF. Ou seja: tirar ou não o presidente da CBF", afirma. Em seguida, relativiza: "Tanto o Ministério Público como a Justiça Federal não sei se vão ter tempo de julgar tudo isso que apareceu nos últimos meses até a Copa do Mundo. O ideal seria isso. Não posso afirmar que ele [Teixeira] é culpado ou não é. O que posso dizer é que alguma coisa não é correta."

O presidente da CBF está ameaçado de ser expulso da Fifa se for comprovado que recebeu suborno. Segundo reportagem da BBC, empresa jornalística estatal do Reino Unido, Teixeira teria recebido US$ 9,5 milhões em propinas, o que ele nega.

Ontem, após falar à Folha e ao UOL, Romário trabalharia numa emenda que pretende fazer à Lei Geral da Copa para reduzir os preços dos ingressos de arquibancadas. Qual o valor justo? "Além da meia-entrada, R$ 75 é um valor bem justo."

Ele também apoia a liberação de venda de álcool durante os jogos da Copa. "Sou a favor de cerveja, [mas com] fiscalização forte da Fifa. Que a Fifa se responsabilize."

Indagado sobre Ronaldo, outro ex-colega de profissão, ter entrado para o Comitê Organizador Local (COL) da Copa-14, disse enxergar "um conflito 100% de interesses". Em seguida, contemporizou: "Pelo que eu ouvi, ele se desligaria de alguns determinados contratos que ele tem, que conflitariam com o COL."

Na opinião dele, o desligamento de Ronaldo de alguns negócios "não significa sair", mas "se desligar apenas nesse momento". O ex-jogador não poderia "mais assinar alguma coisa, se dependia da assinatura dele. Porque realmente é uma coisa conflitante". E publicidade? "Nenhum problema. Eu por exemplo, como deputado federal, faço minhas publicidades e não interfere em nada."

Assista ao vídeo e leia a transcrição em

folha.com/no1017967

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