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Modalidade faz lobby para ir à Olimpíada

MMA
Apesar da ausência de uma divisão feminina, firma promotora conversa com comitês nacionais

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

O trabalho para incluir o MMA (artes marciais mistas) na programação da Olimpíada está em andamento, segundo revelou à Folha o presidente do UFC, Dana White.

"Já estamos conversando com alguns comitês olímpicos nacionais. Estamos argumentando e entendendo como é [a inclusão nos Jogos]", disse o dirigente da principal promotora da modalidade.

As ações nesse sentido tiveram início há dois anos.

O executivo já havia expressado o desejo de que o MMA se tornasse olímpico, porém desconversava ao ser questionado se havia qualquer iniciativa nessa direção.

"Se a luta greco-romana, o boxe, o taekwondo, que são parte do MMA, estão nos Jogos, por que não o MMA?"

Dana, porém, admite que não será uma tarefa fácil.

"Será preciso muito trabalho. Além do lobby, teremos de educar os dirigentes para eles entenderem o que é o MMA. Hoje, o MMA é o que seria o judô ou a luta greco-romana antigamente, pais incentivam os filhos a fazer."

A argumentação do UFC ganhou força depois do surgimento dos "lutadores genuínos de MMA". Ou seja, atletas que não têm origem em uma modalidade específica de luta e que desde cedo se preparam para o MMA treinando luta em pé e chão.

Aos poucos a modalidade vai ganhando legitimidade, segundo Dana. Ele aponta para o fato de que em Los Angeles, aspirantes a policiais têm no currículo da academia de oficiais as aulas de MMA e que clubes sociais têm horários para a modalidade.

O slogan adotado é o de que o MMA é o esporte que mais cresce. "Houve muitas mudanças nos últimos dez anos, e digo que os próximos dois serão ainda mais importantes do que foram os últimos dez", explica Dana.

Um calcanhar de aquiles nas pretensões do UFC que logo fica evidente é a ausência de uma divisão feminina nas suas programações.

Esportes de luta que fazem parte da programação olímpica, como boxe, taekwondo, judô e luta greco-romana, enviam mulheres aos Jogos.

"Você sabe que adquirimos [a promoção rival] Strikeforce, que tem uma divisão feminina, não?", retruca.

"Mas não acho que existam, agora, mulheres com técnica suficiente que justifique a manutenção de uma divisão feminina no UFC."

O executivo diz não ter prazo para a inclusão do MMA nos Jogos Olímpicos. Afirma, somente, que é algo que acredita "ser justo que ocorra".

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