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Esporte

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Juca Kfouri

O tempo premia

Se a bola pune, como diz Muricy, nada como um dia depois do outro para quem busca o bom jornalismo

A NOITE do último dia 20 de junho estava quente no país inteiro em plena Copa das Confederações, ou das manifestações.

Eu estava no aeroporto de Fortaleza à espera de embarcar para Salvador, onde a seleção brasileira enfrentaria a italiana.

Os telões do aeroporto mostravam, sem som, manifestantes invadindo o Itamaraty, na capital federal, e eu começava a admitir a hipótese de não voar, preocupado com a impossibilidade de me informar por mais de uma hora em trânsito.

De Salvador vinha a notícia de agressões a funcionários da Fifa quando meu telefone tocou e alguém autorizado me disse que a Copa poderia ser suspensa.

Àquela hora, depois de tentar confirmar a informação com uma fonte do Ministério do Esporte, informei à CBN, ao vivo, da hipótese veementemente desmentida pela Fifa na manhã seguinte, quando também o blog que mantenho no UOL, do Grupo Folha, detalhava a hipótese desde os primeiros minutos do dia 21.

Estamos acostumados aos desmentidos mais cínicos, mas acabei na desconfortável situação de ser olhado com desconfiança. Ossos do ofício, enfim.

Pois bem. Eis que, na última terça-feira, o secretário geral da Fifa, Jerôme Valcke, em entrevista, por feliz coincidência, ao repórter André Kfouri, da ESPN Brasil, falou com todas as letras que a entidade esteve na iminência de paralisar o torneio, o que, acrescentou, caso se materializasse, punha em risco a Copa.

Cinco meses e meio depois daquela noite turbulenta, apareceu a confirmação de que a notícia fora bem dada no rádio e, depois, na TV, no blog e, nesta Folha, no dia 22 de junho, sob o título "Bola ou bala?".

Tudo isso conto aqui para a rara leitora e o raro leitor entenderem que o exercício do jornalismo muitas vezes se parece com o do equilibrista e que não é incomum alguém passar uma informação hoje e desmenti-la amanhã.

No caso, ameaça feita e garantias dadas em seguida pelo governo brasileiro, a Copa seguiu até o fim triunfal no Maracanã.

Mas esteve por um fio.

ÚLTIMA RODADA

O Brasileirão termina hoje provavelmente com o Furacão garantindo um lugar no G3, e o Goiás, no G4, assim como com as quedas da dupla de gigantes cariocas, Fluminense e Vasco.

O que empobrecerá a Série A no ano que vem. Mas enriquecerá a B.

A vida é assim. Sempre tem o outro lado.

NOSSA COPA

Aldo Rebelo ou Nizan Guanaes: qual dos dois merece a taça de cara de pau da semana?

O primeiro, que passou meses garantindo prazos, admitiu os atrasos e os comparou aos das noivas no dia do casamento, embora, em regra, as igrejas estejam prontas.

O segundo, que imaginou uma festa perfeita na Copa, agora, como Macunaíma, diz que se danem o aeroporto e tudo mais, que só o futebol interessa.

Quem merece?


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