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'Decisão no campo deve prevalecer', diz Marin sobre caso da Portuguesa
SÉRIE A
Presidente da CBF, porém, diz respeitar STJD e quer evitar que Lusa apele à Justiça comum
A possibilidade de a direção da Portuguesa acionar a Justiça comum para reverter o rebaixamento, ou incentivar seus torcedores a fazer isso, preocupa a CBF.
No Marrocos, onde acompanha o Mundial de Clubes, o presidente da entidade, José Maria Marin, buscou agradar ao clube lamentando a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de retirar quatro pontos pela escalação de um jogador irregular no Brasileiro.
A decisão rebaixou a Lusa e salvou o Fluminense.
"Sempre pensei e continuo pensando que deve prevalecer a decisão no campo", disse Marin em entrevista à rádio Band News.
As palavras de apoio, porém, foram precedidas por pedido para que a decisão do tribunal seja respeitada.
"[o STJD] É um poder independente, a CBF não pode de maneira alguma interferir", completou o dirigente.
A Folha apurou que Marin, e Marco Polo Del Nero, vice da entidade e presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), vão conversar com a diretoria da Portuguesa para convencê-los a evitar acionar a Justiça comum.
Também devem pedir que os diretores da Lusa orientem seus torcedores a não utilizar esse artifício.
Um clube avançar além da esfera esportiva seria motivo de embaraço para a CBF com a Fifa a apenas sete meses da Copa do Mundo no Brasil.
Ciente disso, a Portuguesa pode usar essa alternativa como uma forma de pressão.
O estatuto da Fifa prega que as associações nacionais devam tomar as precauções necessárias para que os filiados respeitem as decisões das entidades do esporte.
A CBF também pretende agir em outra frente. Marin pedirá a diretores da entidade a elaboração de um projeto de aperfeiçoamento do modo como avisar os clubes sobre a suspensão dos atletas em suas competições.
A CBF avalia não ter culpa na confusão, mas acha que a melhora da comunicação com os clubes sobre a suspensão dos atletas pode evitar que casos como o de Héverton se repitam no futuro.
A DEFESA DO TIME
Hoje, acontece reunião da cúpula da Portuguesa para definir a linha de defesa a partir de agora.
A única situação definida é que apelação será feita ao pleno do STJD, a segunda e última instância do tribunal. "A Portuguesa conhece o Código Disciplinar da Fifa. No artigo 30, o código sugere que os pontos sejam descontados na edição seguinte do torneio. Podemos adotar esse argumento. A Justiça comum também não está descartada, é uma possibilidade", disse Orlando Cordeiro, diretor jurídico a partir de 2 de janeiro.
O presidente eleito, Ilídio Lico, confirmou a pressão para que o clube apele para a Justiça comum, se preciso.
"Vamos esgotar todas as possibilidades no STJD. Temos de acreditar em alguma coisa", disse o cartola.
O clube esperava apoio da Federação Paulista. Mas desde a semana passada, quando o rebaixamento era dado como certo em reuniões na sede da entidade, a federação já indicava que não iria se mobilizar para ajudar a Lusa. (ALEX SABINO, DIEGO IWATA LIMA E MARCEL RIZZO)