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Juca Kfouri

É com o pé, é com a mão...

...o Brasil é campeão! Um técnico dinamarquês põe o país no lugar mais alto do handebol. Espantoso!

TODOS NÓS jogamos handebol na escola. Modéstia parte, até fiz parte da seleção da escola e como titular.

Lembro da estreia, num jogo noturno, o primeiro de minha vida, aos 12 anos, quando ainda os pais de classe média deixavam os filhos sair do Itaim Bibi, de ônibus, para ir até a Bela Vista. Joguei bem, fiz gols e não esqueço o que ouvi de meu irmão mais velho, no dia seguinte, sobre a repercussão, no colégio, de minha atuação.

O handebol foi a porta de entrada para modesta carreira no basquete do Paulistano, dos 14 aos 19 anos, devidamente federado para perder de Corinthians, Palmeiras e Sírio, ganhar de Pinheiros, São Paulo, Tietê, Ypiranga e equilibrar com o Espéria.

Estas auto-referentes linhas servem só para introduzir o espanto com a façanha da seleção brasileira feminina de handebol, campeã mundial ao enfrentar as sérvias, donas da casa.

Já a tinha visto jogar na Olimpíada de Londres, quando conseguiu um honroso sexto lugar e por pouco não chegou às semifinais, derrotada por 21 a 19 pelas campeãs olímpicas norueguesas.

Dirigidas por treinador dinamarquês, com seis jogadoras que atuam num mesmo time austríaco, o Hypo, mais três na França, outras na Espanha, na Dinamarca, Eslovênia, Hungria, e apenas uma no Brasil, em Blumenau, as jogadoras enfrentaram um ginásio com quase 20 mil torcedores e voltaram a derrotar as anfitriãs, ganhando invictas um ouro formidável, por 22 a 20.

Mourten Soubak conseguiu aliar a tradicional competência nacional para atacar a um sistema defensivo impressionante.

Quem diria que um dia o Brasil teria a melhor jogadora do mundo de handebol? Pois tem a limeirense Alê, Alexandra Nascimento, nenhum parentesco com o Edson, além da catarinense Duda, a melhor do Mundial. As paulistas são maioria, seis, quatro do interior, mas não faltam nem nordestinas, quatro, nem sulistas, outras quatro.

A dinâmica do jogo é conhecida por quem jogou, principalmente entre times parelhos: os gols se sucedem sem parar e o segredo é não deixar o rival livrar vantagem maior de quatro tentos.

Se o argentino Rubén Magnano ressuscitou o basquete masculino brasileiro, o novo trabalho bem-sucedido de um técnico estrangeiro, somado ao segundo fracasso do futebol brasileiro no Mundial de Clubes contra africanos, talvez sirva para quebrar resistências xenófobas no nosso esporte bretão, dominado por um treinador espanhol, agora no campeoníssimo futebol alemão --e a alusão ao futebol nesta segunda do handebol é feita só para não deixar sem registro o passeio do Bayern pelo Marrocos.

O handebol das mulheres está com cara de ouro na Rio-16.

E a coluna volta no dia 26 de janeiro. Boas festas!


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