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Juca Kfouri

O ano da Copa

Há mais de 50 anos que os brasileiros são sempre um dos favoritos nas Copas do Mundo. Agora também

DESDE QUE me dou por gente a seleção brasileira é apontada como uma das favoritas a ganhar as Copas do Mundo que disputa --e disputou todas, como havia disputado as anteriores.

Assim aconteceu de 1962, no Chile, para cá, depois que, na Suécia, em 1958, conquistou a Jules Rimet pela primeira vez.

Ao vencer três vezes em quatro Copas, apesar do fiasco de 1966, na Inglaterra, quando caiu ainda na primeira fase, este favoritismo só se acentuou,

Nem por isso deixou de padecer por 24 anos, entre 1970, no México, e 1994, nos Estados Unidos.

Foram cinco Copas de jejum, apesar dos honrosos quarto e terceiro lugares na Alemanha, em 1974, e na Argentina, invicta, em 1978.

No caminho, a sofrida derrota na Espanha, em 1982, tão doída para minha geração quanto a de 1950, no Brasil, quando eu recém nascia.

Imagino que, então, por ser em casa, o time brasileiro experimentou pela primeira vez a condição de ser um dos apontados como favoritos.

Hoje é que não poderia ser diferente, embora ao lado de potências como a Alemanha, a Argentina, a Espanha e, sempre, a Itália, nesta ordem, segundo vejo.

Batemos na trave com o vice-campeonato na França, em 1998, o penta veio quatro anos depois, no Japão, e o hexa que parecia inevitável em 2006, na Alemanha, transformou-se em enorme decepção, que a última Copa, na África do Sul não amenizou, embora, como em 1974, a eliminação tenha sido imposta pela Holanda vice-campeã nas duas ocasiões.

O time nacional não é hoje tão qualificado como o de 1982 nem como, no papel, os que perderam em 1998 e 2006.

Mas ganhou uma personalidade e confiança surpreendentes na última Copa das Confederações, suficientes para readquirir o respeito internacional.

Se a torcida brasileira voltar a abastecer o time com o combustível do Hino Nacional à capela como os cearenses ensinaram no Castelão a partir do segundo jogo da Copa das Manifestações, dificilmente o título escapará --como os franceses não permitiram que escapasse no Stade de France, ao cantar a Marselhesa para empurrar os tricolores de Zinedine Zidane a triturar o combalido Ronaldo Fenômeno e seus companheiros, 16 anos atrás.

E olhe que os franceses só cantaram durante os 90 segundos regulamentares da gravação impostos pela Fifa, além de nos 90 minutos do jogo...

Haverá quem veja excesso de otimismo nesta previsão e é compreensível que seja assim.

Explico-a: não dava nada para a seleção antes de junho passado e a personalidade demonstrada naqueles dias de povo nas ruas e nos estádios mudou radicalmente a minha visão.

Que o otimismo não se confunda com ufanismo e, também, com salto alto. Porque, desnecessário dizer, quanto mais alto o salto, maior a queda.

Feliz 2014!


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