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Motor - Fábio Seixas

fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

O lado B da festejada precocidade da F-1

Jaime era um adolescente, tinha 15 anos quando assinou o contrato de patrocínio.

Aos 17, foi incorporado ao Programa de Jovens Pilotos. Teve tudo: preparador físico, nutricionista, acompanhamento psicológico, recursos sem fim para correr nos melhores times na base.

Aos 19, a glória. Tornou-se o mais jovem piloto a correr na F-1, o primeiro nascido na década de 90. Chegou ao auge do esporte a motor. Badalação, bajulação, glamour...

Aos 21, viu tudo ir para o espaço. Perdeu a vaga na Toro Rosso. Foi dispensado pela marca-mãe, a Red Bull.

Está sem emprego. E, pior, completamente sem chão.

"Estou muito surpreso. Foi louco quando promoveram minha estreia sem que eu tivesse percorrido 1 km de F-1, mas a notícia de agora é ainda mais incompreensível", escreveu Alguersuari, ontem.

Mais um. Buemi, outro criado pela Red Bull desde cedo, também perdeu a vaga. Como Klien, certa feita. E Liuzzi. E Speed.

A Red Bull, claro, não tem obrigação de sustentar piloto que não satisfaz.

Seu programa de desenvolvimento já faz mais do que o de qualquer outra equipe. Alguersuari e Buemi tiveram suas chances e, sejamos francos, nunca impressionaram. Mas chama a atenção o aspecto de moedor de carne.

Dois jovens já foram anunciados para seus lugares: Ricciardo, 22, e Vergne, 21. Se não se mostrarem geniais no ano que vem, já começarão a sentir a pressão. Haverá, afinal, outros garotos promissores na fila. E por aí vai...

A F-1 não é, digamos, dos ambientes mais cordiais. Nunca foi. E, se é verdade que seus recordes e vitórias têm cada vez mais a marca da precocidade, o outro lado da moeda é que pilotos cada vez mais jovens sentem o baque, a amargura do fim do sonho.

Para cada Vettel, são queimados vários Alguersuaris.

F-1
FILA QUE ANDA
Kubica deve testar com a Ferrari, escreve a "Gazzetta dello Sport", que pertence ao mesmo grupo da escuderia. Faz todo o sentido, por vários motivos. O polonês tem todo aquele estilo que os ferraristas adoram: arrojado, divertido, outsider, talento puro. Vai estar cheio de vontade. E, de quebra, vai custar baratinho. Massa precisa começar já a procurar emprego.

INDY
VIDA QUE SEGUE
A morte de Wheldon teve consequências. A Indy quebrou ontem o silêncio e anunciou que Las Vegas está fora do calendário. Texas, o outro oval de 1,5 milha, também deve ser limado. Relatório da Indy mostrou que, ao decolar num acidente múltiplo, em 16 de outubro, o inglês sofreu "12 ou 13" impactos na cabeça e morreu ao acertar um poste do alambrado.

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